Família de Luther King quer lucro da venda de produtos com imagem do ativista e Obama
colaboração para a Folha Online
Isaac Newton Farris Jr, sobrinho do ativista dos direitos civis Martin Luther King, quer receber os milhões de dólares de licença de uso para as camisetas, broches e adesivos que lotam as lojas americanas e exibem o rosto do ativista ao lado do presidente eleito, Barack Obama.
"Parte disso está provavelmente pondo comida no prato das pessoas. Nós não estamos tentando parar ninguém de legitimamente se sustentar. Mas não podemos permitir que nossa marca seja abusada", disse Farris, citado pelo jornal "Daily Telegraph".
28.ago.1963 - AP
Reverendo Martin Luther King Jr. durante discurso "Eu tenho um sonho",em Washington (EUA)
Luther King durante discurso "Eu tenho um sonho", em Washington
Obama aceitou a nomeação democrata no dia do 45º aniversário do famosos discurso de King, "Eu tenho um sonho", e assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro, um dia depois do feriado nacional criado em homenagem a Luther King.
As comparações são quase inevitáveis já que Obama foi eleito o primeiro negro presidente dos Estados Unidos e levou, apontam os analistas, as relações inter-racias a um outro nível no país. King foi um dos maiores ícones na luta pela igualdade entre brancos e negros nos EUA.
Bernice King, a filha de Luther King Jr., disse à imprensa que seu pai "estaria orgulhoso" da eleição de Obama.
O problema, afirma Farris, é que a proliferação de objetos com a imagem de King e Obama que é vendida em camelôs em vez de lojas autorizadas. Todos os escritos, discursos e imagens do ativista são protegidos como propriedade intelectual e supervisionados pelo Centro King em Atlanta, dirigido por Farris.
Já Obama, eleito para um cargo público, não pode cobrar pelo uso de suas palavras e imagem.
Farris disse ainda que anunciará nas próximas semanas uma linha de produtos licenciados com as imagens de King e Obama e que serão vendidos na loja do Centro King --que já tem na lista de venda gravações dos discursos de King, canecas, calendários, cartões e outros produtos que rendem US$ 800 mil anuais.