terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Número de mortos pela repressão na Síria passa de 7.500, avalia ONU (Postado por Lucas Pinheiro)

O número de vítimas da repressão na Síria é de "muito mais de 7.500 mortos", declarou nesta terça-feira (28) um alto funcionário da ONU.

Lynn Pascoe, secretário geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, admitiu, contudo, diante do Conselho de Segurança, que as Nações Unidas não podiam "dar cifras precisas" do número de mortos durante as manifestações opositoras na Síria.

"Há relatos confiáveis de que o número de mortos agora geralmente excede os de 100 civis por dia, incluindo muitas mulheres e crianças", disse.

Pascoe afirmou que o fracasso da comunidade internacional para "deter o massacre" incentiva o governo sírio a acreditar que pode agir com impunidade.

Observadores sírios de direitos humanos afirmaram que mais de 7.600 pessoas morreram nos últimos 11 meses, mas este é o maior valor estimado até agora pelas Nações Unidas.

Pascoe disse que a resposta com tanques e bombardeios aos protestos era "uma reminiscência do massacre de Hama realizado pelo governo sírio em 1982", ordenado pelo pai do presidente, Hafez, e no qual morreram, ao que parece, milhares de pessoas.

"Infelizmente, a comunidade internacional fracassou em sua obrigação de deter o massacre e as ações e inações (...) parecem ter fomentado no regime a crença de que estava impune para realizar a destruição sem sentido de seus cidadãos", disse Pascoe em uma conferência sobre o Oriente Médio diante do Conselho de Segurança.

A Síria enfrenta uma grave crise política desde março de 2011, com forças de segurança do regime do presidente Bashar al Assad reprimindo violentamente protestos oposicionistas, principalmente na cidade central de Homs, alvo de pesados ataques há três semanas.

A circulação de jornalistas pelo território é restringida pelas autoridades, o que dificulta a apuração do número real de mortos em confrontos.

Cada vez mais, a comunidade internacional pressiona Assad para que ele interrompa a violência e deixe o poder.

Mas Rússia e China vetaram duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU que pretendiam condenar a violência.

Diplomatas, no entanto, afirmaram que as negociações podem levar em breve a uma nova resolução exigindo o acesso humanitário à Síria.

Cerca de 25 mil refugiados, segundo registros da ONU, encontram-se em países limítrofes da Síria e entre 100 e 200 mil estão desabrigados dentro do país, acrescentou Pascoe.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


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domingo, 19 de fevereiro de 2012


Vinho Tinto e Saúde

Neste Artigo:

- O Deus Baco
- O que é, afinal, o Vinho?
- Vinho tinto – Que benefícios traz?
- O que, no Vinho, pode ser benéfico?
- Vinho tem hora?

"O vinho é uma bebida extraída da uva, conhecido há milhares de anos. Por sua causa, muitos já escreveram livros, compuseram versos e em sua homenagem entoaram cânticos. A paixão pelo vinho é um sentimento amplamente compartilhado pelo mundo todo, desde os mortais até os deuses nas lendas gregas. Uma bebida tão curiosa que ganhou adeptos nos mosteiros, nos templos e nas tabernas. Mas qual é a relação do vinho com a saúde? Qual é a melhor hora para ele ser tomado? Quanto de vinho se deve beber com o objetivo de se manter saudável? Vamos conhecer um pouco sobre o assunto, a partir do qual se pode escolher: alegria ou embriaguez?"

O Deus Baco
Baco (nome latino) ou Dioniso (nome grego) é bastante conhecido das pessoas que apreciam o vinho, sendo reconhecido como deus do vinho e da embriaguez, da colheita e da fertilidade. A lenda conta que Baco era filho de Júpiter e Sêmele e que, quando já era adulto, descobriu as vinhas e seu uso. Instruído pela deusa Cibele, andou pelo mundo a ensinar aos homens o trato da videira e a arte de fabricar o vinho. Andou pela Trácia e pela Índia, montando um carro puxado por panteras e enfeitado com ramos de videira. Foi ele quem introduziu em Tebas as Bacanais, festas regadas a vinho e muita orgia. Os gregos tendem a considerar Baco protetor das belas-artes, mais especialmente do teatro, a partir das representações que faziam ao darem festas em honra ao deus do vinho.

Já a Bíblia diz que o vinho, desde o princípio, foi criado para a alegria, e não para a embriaguez. Esse princípio pode ter ocorrido há seis mil anos, desde quando o homem aprendeu a transformar a uva em vinho.

O hábito de tomar vinho foi se disseminando pelo mundo graças ao estado de bem-estar que ele produz, quando tomado em pequenas doses. Até mesmo pessoas que não bebem regularmente outras bebidas apreciam e reconhecem no vinho uma ‘bebida saudável’.

A Igreja elegeu o vinho a bebida que tem a função, durante o ritual da missa, de significar ‘o sangue de Cristo’. Para os cristãos, o vinho tomado pelo sacerdote durante a missa o santifica e o prepara para distribuir a comunhão aos fiéis. O vinho é, portanto, uma bebida ‘bendita’. Para compreender melhor o porquê, basta saber como ele é feito e quais são as propriedades da uva, seu principal componente.

O que é, afinal, o Vinho?
O processo de obtenção do vinho é, na verdade, bastante longo e sofisticado, passando por várias etapas. O vinho é uma bebida transformada em suco pela maceração da uva e, em seguida, fermentada alcoolicamente.

Nesse processo, a glicose se transforma em álcool etílico pela ação de microorganismos que existem na película que reveste a fruta.

Dizem os conhecedores que o vinho ‘tem alma’, pois é possível encontrar, na mesma bebida, sabor e aromas diferentes de uma safra para a outra e de uma marca para outra mais ainda.

A razão dessas diferenças é que a qualidade do vinho pode ser modificada dependendo de condições tais como: o ponto exato de maturação, o teor de açúcar e acidez, a coloração, o sabor, o aroma.

Essas condições, por sua vez, também dependem do tipo de solo em que as vinhas são plantadas, além da quantidade de sol, de chuva e do adubo. Para os conhecedores, a uva de uma mesma região, plantada em diferentes encostas, pode produzir vinhos diferentes, o que confere ao vinho um caráter original.

Paula Beatriz, engenheira agrônoma paulista, lembra que para chegar à nossa mesa, o vinho passa antes (na verdade, muitos anos antes) pela vindima, que é a colheita da uva, pela fermentação, que é a transformação do mosto (suco) da uva em vinho, depois ele é trasfegado (retirada das borras), clarificado, filtrado, e só então é colocado em tonéis ou pipas para a primeira fase do envelhecimento. Na segunda fase, o vinho é levado a envelhecer já engarrafado, em local escuro (adegas).

Vinho Tinto – Que benefícios traz?
A paixão pelo vinho desperta a motivação pelo estudo dessa bebida, existindo no mundo várias escolas dedicadas ao ensino da enologia (estudo do vinho). Dentre esses estudiosos está o professor de vinho Marcelo Copello, membro das associações brasileira e italiana de sommeliers (ABS e AIS). Copello considera o vinho um amigo do coração, e explica: "Além de nos proporcionar excelente prazer, tomar vinho é um grande aliado do coração. O resveratrol, um dos componentes do tanino, é uma substância encontrada na casca das uvas tintas. Esta substância aumenta o bom colesterol, reduzindo a quantidade do mau colesterol".

Que quantidade de vinho é recomendável, então? Embora amante e estudioso do vinho, Copello não aconselha a exceder na bebida. Ele dá a receita: Uma taça de vinho no jantar é o suficiente. E dá uma dica: "Recentemente, descobriram que os vinhos chilenos, pelas características das uvas, são os melhores para o colesterol", diz ele.

Para os estudiosos do vinho, a contra-indicação fica apenas por conta do excesso, que leva à embriaguez e a seus efeitos, como toda bebida. Um mau vinho, ou a combinação de vinho com outra bebida, pode ocasionar também fortes enxaquecas e a famosa ressaca do dia seguinte. Mas em matéria de vinho e dos efeitos benéficos para a saúde, há muito ainda que descobrir.

O que, no Vinho, pode ser benéfico?
Em seu livro "O Vinho Para Quem Tem Estilo", Marcelo Copello relata que há um capítulo dedicado ao vinho e a saúde, que foi submetido e aprovado por dois médicos. Segundo ele, "O vinho possui cerca de 400 substâncias e é uma bebida ainda pouco conhecida quimicamente. É virtualmente bom para quase tudo em nossa saúde". E acrescenta: "A lista é grande. Do coração à calvície. Do câncer e ao fígado. E na prevenção ao alcoolismo".

Uma questão que fica para ser investigada é se as propriedades benéficas estão exatamente na uva ou na composição da uva com o álcool. Caso a primeira hipótese seja a mais provável, isso mudaria a característica tão disseminada do vinho tinto, porque, neste caso, um simples suco de uva (sem álcool) poderia fazer o mesmo efeito. Mas não é bem assim. Copello diz que algumas das propriedades benéficas do vinho vêm da uva. "Mas para ter este benefício comendo uva", ele lembra, "uma pessoa teria que comer quilos de uvas todos os dias".

Ele ainda explica que "a maioria das propriedades benéficas do vinho advém da mistura de substâncias (álcoois, ácidos, taninos, etc.)" e que os taninos, por exemplo, bastante benéficos, são encontrados nas cascas das uvas tintas, bem como em diversas outras frutas e vegetais.

Vinho tem hora?
Para bom entendedor, vinho tem hora e lugar. Mas, em matéria de saúde, as opiniões variam muito de acordo com o costume de cada comunidade. Na Itália e no Chile, por exemplo, para citar apenas dois países, toma-se vinho a qualquer momento. Nos países tropicais, o recomendado é que se tome um cálice de vinho ao jantar.

Já na antiga Pérsia, pode-se vislumbrar os costumes em relação a tomar vinho, que incluíam o almoço e o café da manhã, pelos versos dos poetas:
A tulipa não vês, que da hora matinal
absorve da atmosfera o vinho celestial?
Faze com crença o mesmo, até que o céu um dia
te inverta para o chão, feito ânfora vazia.

Omar Khayyam, en O Rubaiyat
Copyright © 2005 Bibliomed, Inc.                 19 de Dezembro de 2005.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Tanques tomam de assalto bairro da rebelde Homs, diz oposição na Síria (Postado por Lucas Pinheiro)

Tanques invadiram um bairro na cidade rebelde síria de Homs nesta sexta-feira (10), enquanto soldados iniciaram uma varredura de casa em casa na região em busca de opositores do regime, disseram ativistas.

"Os tanques entraram no bairro de Inshaat durante a noite", disse Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, que tem sede no Reino Unido.

Ele afirmou que as tropas ainda estavam sendo mobilizadas na região nesta sexta-feira.

Inshaat fica ao lado do centro dos protestos de Baba Amr, em Homs, que foi desmobilizado em uma ofensiva de uma semana realizada pelas forças do regime e que matou mais de 400 pessoas, dizem os ativistas.

Aleppo
Pelo menos 25o pessoas morreram e 175 ficaram feridas nesta sexta-feira em um duplo ataque com carro-bomba que tinha como objetivo dois prédios das forças de segurança em Aleppo, segunda cidade da Síria, disse o Ministério da Saúde.

"Vinte corpos e 175 feridos levados apra os hospitais públicos de Alepo (norte) depois das duas explosões terroristas", afirmou o ministério, citado pela TV estatal.

O Exército Sírio Livre (ELS), integrado por militares dissidentes, acusou o regime de ter organizado os dois atentados  para "desviar a atenção" da repressão, principalmente em Homs.

"Este regime criminoso mata nossos filhos em Homs e realiza ataques em Aleppo para desviar a atenção do que fazem em Homs", declarou por telefone à AFP o coronel Maher Nuaimi, porta-voz do ESL.

Repressão intensificada
O regime do presidente Bashar al Assad é acusado de intensificar, nos últimos dias, a repressão a opositores, que já matou mais de 5.400 desde março de 2011, segundo a ONU.

As potências ocidentais e as monarquias árabes aumentam a pressão diplomática sobre o contestado Assad, mas suas promessas de encerrar a violência não acabam sendo cumpridas na prática.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Oposição síria denuncia massacre em Homs, mas regime nega (Postado por Lucas Pinheiro)

O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne a maioria das correntes de oposição, denunciou neste sábado (4) a matança de 260 civis na madrugada de sexta-feira para sábado em Homs, mas o regime de Bashar al-Assad negou ter bombardeado a cidade da região central do país.

"Nas primeiras horas de sábado, o regime de Assad cometeu uma das matanças mais terríveis desde o início da rebelião na Síria", denuncia o CNS em um comunicado.

"As forças de Assad bombardearam zonas residenciais em Homs, incluindo Al-Khalidiya e Ousour, provocando pelo menos 260 mortes, de civis, e centenas de feridos", completa o texto, que destaca a presença de mulheres e crianças entre os feridos.

"Edifícios residenciais e casas foram bombardeados intensamente e de maneira aleatória".

"Ao mesmo tempo, as forças de Assad bombardearam também Jisr al-Shughur (noroeste), os subúrbios de Damasco e o leste de Ghuta (perto da capital), o que parece ser uma preparação para massacres similares".

O CNS também pediu à Rússia que mude sua postura a respeito do regime sírio.

"O CNS exorta a Rússia a condenar claramente o regime e torná-lo responsável pelas matanças e a permitir aos sírios eleger democraticamente um regime que proporcione liberdade e dignidade", conclui o comunicado.

Apesar do pedido, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que o projeto de resolução sobre a Síria apresentado pelos países ocidentais não interessa a Rússia e submetê-lo neste sábado ao Conselho de Segurança da ONU provocará um "escândalo".

O regime sírio negou o bombardeio em Homs, em um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.

A nota do regime afirma que os civis mortos em Homs foram vítimas de disparos de homens armados e não de bombardeios. Também acusa determinados canais de televisão de estimular a violência.

"Os civis mostrados pelas redes de televisão por satélite são civis que foram sequestrados e assassinados por homens armados", afirma o texto da Sana.

A agência oficial síria acusa grupos armados de tentarem explorar as informações para pressionar o Conselho de Segurança da ONU, que deve analisar uma resolução que condena a repressão na Síria.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Manifestantes cercam ministério em novo dia de protestos no Egito (Postado por Lucas Pinheiro)

Manifestantes continuavam nesta sexta-feira (3) os protestos contra a junta militar egípcia, dois dias após o massacre de 74 pessoas após um jogo defutebol em Port Said. Ativistas sitiaram a sede do ministério do Interior, no Cairo.

Uma pessoa morreu na capital após ser atingida pelo disparo de uma espingarda de caça, e outras duas foram mortas na cidade de Suez, onde a polícia usou munição real para conter uma multidão que tentava invadir uma delegacia, segundo testemunhas e o serviço de ambulâncias.

Os manifestantes acusam as autoridades de conivência ou mesmo de responsabilidade direta pelo tumulto ocorrido na noite de quarta-feira na localidade de Port Said, durante o jogo entre o time local Al Masry e o Al Ahli, do Cairo.

Além dos 74 mortos, cerca de mil pessoas ficaram feridas na invasão de campo e em brigas nas arquibancadas.

Durante toda a madrugada e manhã desta sexta-feira milhares de manifestantes apedrejaram a sede do ministério no centro do Cairo. As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo, mas o grupo insistia em se reagrupar. Mais de 600 pessoas ficaram feridas.

Pela manhã manifestantes recalcitrantes haviam afastado uma barreira de concreto numa rua próxima ao ministério, para chegarem mais perto do prédio. Uma testemunha da Reuters escutou disparos e viu no chão cápsulas disparadas.

Grupos revolucionários juvenis, que tiveram papel determinante na rebelião que derrubou o regime de Hosni Mubarak há um ano, convocaram um protesto que chamaram de "Sexta-Feira da Ira". No final da manhã, algumas centenas de pessoas engrossavam o grupo que pernoitara na célebre praça Tahrir, no centro da capital.

Durante a noite, ambulâncias precisaram intervir para resgatar um caminhão da tropa de choque policial que havia entrado por engano em uma rua cheia de manifestantes. O veículo passou cerca de 45 minutos cercado e apedrejado, com os policiais no lado de dentro. Alguns manifestantes então formaram um corredor humano para ajudá-los a fugir.

Quase 400 pessoas ficaram feridas ou intoxicadas por gás nos confrontos que surgiram na noite de quinta-feira, segundo o ministério do Interior.

Além da rebelião que derrubou o ditador Mubarak, o Egito havia vivido uma série de manifestações violentas há dois meses, reivindicando mais pressa na transição do regime militar provisório para um governo civil.

Muitos manifestantes alegam que o atual governo - e principalmente o Ministério do Interior - ainda está ocupado por pessoas ligadas ao regime de Mubarak, e que as forças de segurança foram coniventes com a violência no estádio porque as torcidas organizadas futebolísticas tiveram papel importante no movimento que derrubou o antigo regime.