quarta-feira, 27 de maio de 2009

Embrapa apoia reestruturação da pesquisa agrícola em Angola

Brasília, 27 mai (Lusa) - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Sociedade do Pólo de Desenvolvimento Agro-Industrial de Capanda (Sodepac) assinam nesta quarta-feira, em Luanda, um compromisso para executar o projeto que dará um novo desenho à estrutura de pesquisa agropecuária no país africano.

A carta de intenção antecede a assinatura do acordo entre as duas instituições, que deverá acontecer ainda neste ano.

"Mas vamos começar a trabalhar imediatamente", afirmou à Agência Lusa, por telefone, o representante regional da Embrapa para África, Cláudio Bragantini, que dirige o escritório da instituição em Acra, capital de Gana.

A Embrapa é a instituição de pesquisa agropecuária que revolucionou a agricultura do Brasil nas últimas três décadas, possuindo hoje 40 centros de pesquisa e mais de 2 mil pesquisadores.

A Sodepac tem sob sua responsabilidade uma área de 411 mil hectares em Angola e sua missão é fomentar a expansão do agronegócio e o desenvolvimento das comunidades rurais.

Paralelamente à assinatura do documento, haverá um seminário para técnicos angolanos sobre a experiência da Embrapa no processo de inovação.

Segundo o chefe da Assessoria de Inovação Tecnológica da empresa, Lúcio Brunale, coordenador do evento, será apresentado o marco legal que rege as ações de inovação no Brasil e seus reflexos na Embrapa.

"É fundamental reconstruir a estrutura de pesquisa agropecuária em Angola, que foi destruída na guerra, e a Embrapa está disposta a apoiar todas iniciativas que os angolanos entenderem necessárias", destacou Brunale.

Os 27 anos de guerra civil destruíram toda a estrutura de pesquisa em Angola, que depende hoje da importação de grãos da África do Sul, Brasil e Estados Unidos.

Segundo informações do governo brasileiro, o projeto de reestruturação do Instituto de Investigação Agronômica de Angola (IAA), que deverá ser no molde do sistema da Embrapa, terá um investimento do governo angolano da ordem de US$ 32 milhões até 2013.

Serão instalados 16 centros de pesquisa no país, dos quais quatro devem entrar em atividade ainda este ano.

Os produtos e a localização destas estações já foram definidos: milho e feijão, em Chianga, no Huambo; mandioca, batata doce e amendoim, em Malange; caprinos e ovinos, na estação zootécnica do Lay e gado de leite, nos Kwanzas.
UOL

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Terça-feira, 26 de Maio de 2009
Brasil é o futuro do petróleo latino-americano, diz 'Financial Times'

O Brasil representa o futuro do petróleo latino-americano, em contraste com os problemas enfrentados pelos dois maiores e mais tradicionais produtores da região, Venezuela e México, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico Financial Times.

"Nos últimos dois anos, a Petrobras, a sofisticada empresa brasileira estatal de capital aberto, descobriu reservas tão promissoras em águas profundas na costa sudeste que os executivos estão comparando esta nova fronteira com o Mar do Norte, que salvou o mundo da crise energética criada pelo Oriente Médio nos anos 1970", diz o jornal.

A reportagem afirma que até agora o Brasil tem gerido bem sua indústria, permitindo que a Petrobras se transforme em "uma das mais avançadas companhias internacionais de petróleo".

O jornal adverte, porém, que a empresa ainda tem grandes desafios técnicos e financeiros para explorar as novas reservas de petróleo e comenta que os políticos do país ainda discutem uma nova legislação para regular o desenvolvimento dessas novas reservas.

"Enquanto as discussões em Brasília prosseguem, as histórias da Venezuela e do México deveriam servir como advertência", afirma a reportagem.

Galinha dos ovos dourados

O texto comenta os efeitos negativos da má gestão das empresas públicas de petróleo nos dois países, comparando-as à fábula da galinha dos ovos dourados.

"A indústria venezuelana de petróleo pode não estar morta, como foi o destino da galinha na fábula, mas a última onda de nacionalizações no setor pode se mostrar um golpe quase fatal, advertem executivos do setor", diz o texto.

O jornal afirma que, em seus dez anos no poder, o presidente Hugo Chávez "dizimou a PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo, que nos anos 1990 aparecia como uma das mais bem gerenciadas do mundo".

A produção venezuelana caiu de 3,4 milhões de barris em 1999, antes de Chávez chegar ao poder, a 2 milhões atualmente.

Cofrinho

Segundo o jornal, a Venezuela não está sozinha na "má gestão de seu mais precioso recurso". "Por mais de 50 anos, o México rivalizou com a Venezuela como o mais importante produtor de petróleo da América Latina. Mas o país também usou demais sua empresa estatal de petróleo como cofrinho para tirar dinheiro", diz o texto.

A reportagem comenta que decisões políticas deixaram a estatal Pemex endividada e com dificuldades para investir na produção e no desenvolvimento das reservas de petróleo do país.
Além disso, as leis mexicanas dificultam a participação de empresas estrangeiras, que poderiam ocupar o espaço deixado pela Pemex em relação aos investimentos.

"Apesar de recentes reformas políticas, o México agora enfrenta a assombrosa perspectiva de se tornar importador líquido de petróleo em uma década", afirma o jornal.
UOL