Dunga diz que testará todos os jogadores na Copa das Confederações
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo, em Bloemfontein
Dunga já passou pela tormenta de estar ameaçado no cargo de técnico da seleção. Mas agora, a um passo de classificar o time para a Copa, já fala com a segurança e a autoridade de quem sentará no banco de reservas no Mundial da África do Sul, em junho de 2010.
E na sexta-feura, sem titubear, mandou recado a seus comandados sobre o que significa para ele a Copa das Confederações, torneio que, para a seleção, começa às 11h de segunda-feira, contra o Egito, em Bloemfontein.
"Eu acho que é a melhor forma para conhecer o grupo, aprimorar o relacionamento. Ver quem realmente está focado. Teremos um período longo aqui e essa é uma forma de saber como eles se comportam em determinadas situações."
"Eles têm que estar preparados. Vai ter oportunidade para todos jogarem, sem dúvida nenhuma", prosseguiu Dunga.
Ainda saboreando as vitórias contra Uruguai e Paraguai nas eliminatórias, Dunga propaga o discurso de que o Brasil "tem obrigação" de vencer a Copa das Confederações, mas sabe que um fracasso não será um obstáculo para ele carimbar seu passaporte para o Mundial.
Para quem busca um lugar entre os convocados na Copa-2010, Dunga lembra que tem sido coerente com sua "teimosia".
"Dúvida sempre temos. Todas as posições estão abertas. Às vezes sou questionado pelo fato de não mudar [o time]. Mas temos que formar uma estrutura. E, se temos até o último dia para divulgar a lista, por que vou falar um ano antes?"
"Sei que falta muito tempo, mas não tem como não visualizar as coisas lá na frente. O meu sonho é disputar a Copa", disse Elano, de novo titular na seleção após um período em baixa.
Se ele ainda busca seu espaço, o zagueiro Lúcio, um dos homens da "estrutura de Dunga", acha que a convivência maior com o técnico poderá ser decisiva na definição do grupo.
"O Dunga conduz bem a seleção, joga aberto e tem muita franqueza. De nossa parte, também procuramos passar a ele o que estamos achando."
Dunga lembra que, quando pede comprometimento aos atletas, refere-se ao que classifica como "erros do passado que não podem ser repetidos".
Lúcio cita o fracasso em 2006, após campanha impecável na Copa das Confederações um ano antes. "O favoritismo atrapalhou, e a nossa preparação não foi a ideal. Os jogadores também não estavam bem preparados. Acho que isso serviu de lição", completou.
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