segunda-feira, 16 de julho de 2012

Exército volta a bombardear bairro da capital da Síria, diz oposição (Postado por Lucas Pinheiro)

O exército da Síria retomou nesta segunda-feira (16) os bombardeios ao bairro Al Tadome de Damasco, informaram militantes, apontando a ocorrência de confrontos, um dia depois do registro dos combates mais violentos na capital desde o início da revolta.

"Os bombardeios com morteiros foram retomados nas primeiras horas da manhã", indicaram os Comitês Locais de Coordenação (LCC, oposição).

Além disso, segundo os LCC, ocorrem violentos combates entre o exército regular e o Exército Sírio Livre (ESL), formado essencialmente por desertores, "nos bairros de Kafar Sousse e Khobar".

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) também informou sobre "combates ao amanhecer no bairro de Kafar Sousse entre combatentes rebeldes e soldados de um comboio que passava pela região".

Além disso, veículos blindados e de transporte de tropas tomaram posição pela primeira vez no bairro de Midane, perto do centro da capital.

Rússia
Ao mesmo tempo, no campo diplomático, a Rússia descartou pressionar pela saída do presidente sírio Bashar al Assad, que enfrenta desde março de 2011 uma crescente revolta contra seu regime.

Em Moscou, para onde o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, se dirige, o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, ressaltou que "não é realista" esperar que seu país possa convencer Assad a deixar o poder, como afirmam as potências ocidentais.

O presidente Assad "não partirá, não porque o apoiemos, mas simplesmente porque uma parte significativa da população da Síria o apoia", acrescentou.

Lavrov acusou, por sua vez, as potências ocidentais de exercerem "uma chantagem" para obrigar Moscou a aceitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o regime de Damasco, ameaçando, caso contrário, se recursar "a prolongar o mandato da missão de observadores" na Síria.

Esta declaração ocorre quando o presidente Vladimir Putin deve receber o enviado da ONU e da Liga Árabe em Moscou, encontro durante o qual a "Rússia ressaltará seu apoio ao plano de paz de Kofi Annan".

"Do ponto de vista russo, partimos do princípio de que este plano é a única plataforma viável para resolver os problemas internos da Síria", ressaltou o Kremlin.

Guerra civil
Por sua vez, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) considerou que os combates na Síria são uma situação de guerra civil e ressaltou, em uma mensagem a todas as partes, que "deve ser aplicado o direito internacional humanitário".

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