terça-feira, 28 de abril de 2009

Michelle Obama e Hillary homenageiam negra que lutou contra escravidão

Washington, 28 abr (EFE).- Michelle Obama e Hillary Clinton homenagearam Sojourner Truth, uma das primeiras mulheres negras que lutaram contra a escravidão nos Estados Unidos e que ganhou hoje uma estátua na Galeria da Emancipação do Capitólio.

O espaço está reservado às grandes personalidades do país, e Truth será a primeira negra a receber esta honra.

A primeira-dama lembrou de suas origens e destacou que ela, que agora é o rosto mais visível dos Estados Unidos, também veio de uma família que foi vítima da escravidão gerações atrás.

"Espero que Sojourner Truth esteja orgulhosa de me ver, uma descendente de escravos, servindo como a primeira-dama dos Estados Unidos", disse.

Michelle destacou o legado de Truth, que, apesar de ser escrava, lutou pela abolição e pelos direitos das mulheres, e teve a oportunidade de conhecer o presidente Abraham Lincoln em 1864 e Ulysses Grant em 1870.

Pensando no legado da abolicionista e no que representou para as gerações futuras o esforço de pessoas como Truth, a primeira-dama assegurou: "Estamos apoiados nos ombros de gigantes como Sojourner Truth".

Hillary coincidiu com essa opinião e assegurou que os americanos chegaram onde chegaram "graças às barreiras que conseguiram derrubar e aos caminhos que ajudaram a forjar e abriram sozinhos".

Junto à primeira-dama e à secretária de Estado, também estiveram presentes na homenagem a porta-voz da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, estudantes e a atriz Cicely Tyson.
UOL

quarta-feira, 22 de abril de 2009

África do Sul inicia sua quarta eleição democrática desde fim do apartheid

da Efe, em Johanesburgo

As votações para o quarto pleito democrático da África do Sul desde a queda do apartheid, em 1994, começaram às 7h locais (2h de Brasília) em todo o país, onde mais de 23 milhões de eleitores estão convocados às urnas.

Os quase 20 mil centros eleitorais distribuídos pelo território sul-africano, com 97 mil urnas e mais de 215 mil agentes, receberão os votos para a eleição dos 400 membros da Assembleia Nacional, que depois escolhe o presidente da África do Sul, e as câmaras legislativas e administrações das nove Províncias sul-africanas.

Logo após o início da votação, as emissoras de TV locais mostraram imagens de diversos pontos do país onde os cidadãos começavam a definir o futuro político do país, e em alguns locais de votação era possível observar que já havia filas para votar.

Mais de dez mil candidatos de 42 partidos políticos se apresentam às eleições, mas somente 11 legendas participam tanto do pleito nacional como dos de todas as Províncias.

Para estas eleições, foram rodadas 53 milhões de cédulas, que pesam 450 toneladas, e estão disponíveis 120 mil frascos de tinta indelével, usadas para marcar os dedos do eleitores e impedir que possam votar mais de uma vez.

As eleições sul-africanas serão acompanhadas por 4.900 observadores nacionais, 355 internacionais e 358 diplomatas, de 61 Embaixadas.

A polícia e o Exército serão responsáveis pela segurança durante o dia, no qual haverá "tolerância zero" para os infratores nos centros eleitorais, segundo o capitão Dennis Adriao, porta-voz policial.

O país terá de "esperar até o sábado ou o domingo para poder conhecer os resultados oficiais das eleições", disse a presidente da Comissão Eleitoral Independente (CEI), Pansy Tlakula, mas os resultados parciais começarão a ser divulgados já na quinta-feira.

Na atual Assembleia Nacional, o governamental Congresso Nacional Africano (CNA) conta com 279 deputados (69,75%), enquanto a Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) tem 50 cadeiras (12,50%), o Partido Inkhata da Liberdade (IFP, em inglês) possui 28 (7%) e os demais da oposição somam 43.

domingo, 19 de abril de 2009

Desigualdade entre negros aumenta na África do Sul

FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, enviado especial a Johanesburgo

Hoje na Folha O recém-inaugurado shopping Maponya, num subúrbio de maioria negra de Johanesburgo, tem lojas de grife, fontes, arquitetura modernista e, como um lembrete de que está na África do Sul, enormes estátuas de elefante na entrada.

Pelos corredores, fala-se xhosa e zulu, línguas tradicionais africanas, e quase nenhum inglês ou africâner (dialeto do holandês), idiomas "brancos".

Na saída, uma misteriosa fila de carros se forma. Seguranças enfiam a cabeça sem cerimônia dentro do veículo para checar se a chave está mesmo no contato ou se foi feita uma ligação direta --o que indicaria que o carro acabou de ser furtado. "Acontece muito roubo por aqui", diz um motorista.

Há 15 anos, o apartheid acabou oficialmente, mas a desigualdade de renda na África do Sul continua alimentando a criminalidade. Como prova o controle estrito do shopping, a diferença é que ela hoje não assusta apenas brancos, mas também a emergente classe média negra, grande parte beneficiária das políticas de ação afirmativa do governo.

"Caminhamos um pouco nesses anos para que a África do Sul seja uma sociedade capitalista normal, em que o componente mais importante é o de classe, não de raça", diz Justin Sylvester, do Instituto para a Democracia na África do Sul.

Mas a etnia, como o próprio analista admite, ainda domina a política sul-africana, como evidenciam as peças de propaganda da eleição geral marcada para a próxima quarta-feira, em que o partido dominante, o Congresso Nacional Africano (CNA), enfrenta pela primeira vez oposição negra. Mesmo assim, é favorito para manter hegemonia no Parlamento e eleger indiretamente seu candidato, Jacob Zuma, presidente.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Biocombustível fortalece o Brasil com os africanos

Os projetos para produção de biocombustíveis nos países africanos ganham força e criam oportunidade para a venda de máquinas agrícolas brasileiras naquele continente. A estratégia é aproveitar a ocasião para disseminar a tecnologia nacional e fortalecer a campanha de consolidação do etanol de cana-de-açúcar como commodity.

No total, são 29 projetos de biocombustíveis e biomassa em andamento em 10 países africanos, conforme levantamento realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). As pesquisas estão concentradas em países onde não há petróleo e ganharam importância com a necessidade de alternativas para a diversificação da economia. (págs. 1 e B12)