quinta-feira, 16 de julho de 2009

Odebrecht anuncia descoberta de petróleo em Angola

Rio de Janeiro, 16 jul (EFE).- A Odebrecht anunciou hoje que um consórcio do qual faz parte encontrou uma jazida de petróleo leve em águas profundas de Angola.

A descoberta foi feita no poço Chissonga-1, situado no bloco marinho 16, a uma profundidade de 4,725 mil metros e sob uma lâmina de água de 1,230 mil metros, afirmou a companhia, em comunicado.

O poço fica 315 quilômetros ao noroeste de Luanda, a capital angolana, e é a primeira descoberta no exterior da Odebrecht Óleo e Gás, a divisão de serviços petroleiros integrados do grupo brasileiro.

Segundo a companhia, a capacidade de produção do poço é de 6,85 mil barris por dia e o petróleo é de 36 graus API, ou seja, leve.

O lugar onde foi feita a descoberta foi a primeira perfuração exploratoria de um programa de três poços selecionados por um consórcio formado, além da Odebrecht Óleo e Gás, Maersk Oil (operador), Sonangol e Devon Energy Corporation.

No início do ano passado, a Odebrecht Óleo e Gás anunciou a viabilidade comercial do primeiro poço exploratório de um bloco situado na bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
UOL Celular

sábado, 11 de julho de 2009

Barack Obama pede aos africanos que assumam o controle de seu destino

ACRA, Gana, 11 Jul 2009 (AFP) - Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, pediu neste sábado à África que assuma o controle de seu destino, lutando contra as práticas antidemocráticas, as guerras e as doenças, além de assegurar o apoio americano ao continente.

Em sua primeira visita como presidente à África negra, Obama adaptou seu slogan de campanha, "yes, you can", para pedir aos africanos que não voltem a invocar o colonialismo para explicar as guerras, a doença, o subdesenvolvimento, as práticas antidemocráticas e a corrupção no continente repleto de "promessas".

"Vocês podem vencer a doença, acabar com os conflitos, mudar fundamentalmente as coisas. Vocês podem fazer isto. Sim, vocês podem (yes you can)", afirmou para os aplausos dos deputados de Gana no Parlamento de Acra.

"Mas isto só é possível se vocês, todos, assumirem a responsabilidade de vosso futuro. Não será fácil. Levará tempo e esforços. Existirão testes e contrariedades. Mas posso prometer isto: os Estados Unidos estarão ao lado de vocês, em cada etapa, como sócio, como amigo".

A visita de Obama levantou o fervor popular. Centenas de pessoas o esperavam desde o amanhecer nos arredores do palácio presidencial, onde foi recebido pelo presidente John Atta Mills antes de seguir para o Parlamento.

Muitos ganenses tinham a esperança de ver Obama por alguns segundos. Alguns exibiam cartazes com a frase: "Obama é o verdadeiro filho da África que queremos".

Entre a multidão, Ama Agyeman, uma mulher de 80 anos, em cadeira de rodas, ajudada pelo neto de 10 anos afirmou que desejava ver o primeiro presidente negro dos Estados Unidos antes de morrer.

Obama, filho de um queniano que emigrou para os Estados Unidos para estudar antes de voltar ao país, recordou no Parlamento que o sangue da África corre em suas veias e que sabe o dano provocado pelo colonialismo no continente.

Mas, apesar de ter reconhecido a responsabilidade do colonialismo, completou: "É fácil acusar os outros, mas o Ocidente não é responsável pela destruição da economia zimbabuana na última década ou pelas guerras que alistam crianças entre os combatentes".

Obama, que escolheu Gana por ser um raro exemplo na África de transições democráticas e êxitos econômicos, pediu aos africanos que adotem regras de boa governança e acabem com as mudanças brutais de regime porque "a África não precisa de homens fortes, precisa de instituições fortes".

Ele completou que o apoio americano ao desenvolvimento dependeria da adesão às regras democráticas.

Insistiu ainda no papel da parceria. Obama também prometeu a manutenção da ajuda dos Estados Unidos à luta contra as doenças na África, com o objetivo de erradicar a malária, a tuberculose e a pólio.

"Ainda morrem muitas pessoas por doenças que não deveriam ser fatais", afirmou, antes de destacar que a luta passa por um reforço dos sistemas de saúde africanos.

Ao comentar o genocídio em Darfur e o aumento do terrorismo na Somália, ele defendeu uma resposta internacional, mas também se mostrou favorável a uma visão de "arquitetura regional de segurança que seja forte e possa produzir uma força transnacional eficaz quando necessário".

"Então, os Estados Unidos darão seu apoio diplomático, técnico, logístico e respaldarão os esforços para que os criminosos de guerra sejam julgados", disse.

Antes de retornar aos Estados Unidos, Obama visitará um hospital de Acra especializado na luta contra a malária e, ao lado da esposa, Michelle, que é descendente de escravos, pretende conhecer Cape Coast, local importante da tragédia do tráfico de escravos da África.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Lula promete ajuda a países africanos em "revolução verde"



Sabri Elmehdwi/Efe
Lula discursa diante da União Africana, em Sirte, na Líbia; presidente disse que vai cooperar com África na "revolução verde"



da France Presse, em Sirte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou como convidado oficial na abertura da 13ª Cúpula da União Africana (UA), que reúne os chefes de Estado do continente em Sirte (Líbia), nesta quarta-feira (1º).

Lula disse aos países africanos ajudá-los a fazer sua "revolução verde", em função do tema oficial do encontro que é o desenvolvimento agrícola.



"Reitero o compromisso de meu governo de ajudar a África a promover sua própria 'revolução verde'. Essa revolução não se faz sem a agricultura familiar e a geração de emprego e renda no campo."

"A experiência brasileira demonstra que a produtividade da pequena agricultura e a sustentabilidade da produção de alimentos são fundamentais para erradicar a fome."

O presidente brasileiro defendeu a "revolução dos biocombustíveis" e a produção dos mesmos, a partir da cana-de-açúcar para que a África produza etanol.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, atrás dos Estados Unidos, mas é o maior exportador do planeta.

O anfitrião do evento, o presidente da Líbia, Muammar Gaddafi, afirmou que a ideia de potencializar os biocombustíveis parece "interessante, desde que isto não se faça em detrimento da comida".

O líbio aceitou, no entanto, em nome da UA, uma proposta de Lula de organizar no Brasil uma reunião com os ministros africanos da Agricultura.

Em seu discurso, Lula também defendeu o reforço da cooperação Sul-Sul "como força de ataque contra as iniquidades que persistem na ordem mundial".

"Nós temos com a África desafios de desenvolvimento similares", declarou Lula, que citou a luta contra a fome e a pobreza, assim como o fornecimento suficiente de alimentos à população.

"Várias das questões socioeconômicas que mais afligem o continente estão também sendo enfrentadas no Brasil. Combater a fome e a pobreza, garantir a segurança alimentar e lutar por igualdade social não são questões que aprendemos apenas nos livros. Tratamos desses temas com nossos irmãos africanos a partir de experiências vividas."

"A cooperação Sul-Sul, a um só tempo, é linha de defesa e força de ataque contra as assimetrias, as distorções e as iniquidades que persistem na ordem mundial", acrescentou.

Honduras e Rio 2016

Lula, por outro lado, pediu à UA que condene o golpe de Estado de domingo, em Honduras.

"Queria pedir que, em seu comunicado final, esta reunião inclua uma negativa ao golpe de Estado que acaba de ocorre em Honduras, no domingo passado, e que o presidente eleito democraticamente volte ao poder", afirmou Lula, sob aplausos.

Por fim, Lula da Silva pediu às nações africanas que apoiem a candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

"Gostaríamos de ter o apoio dos presidentes da África que têm representantes no Comitê Olímpico Internacional para que votem no Rio de Janeiro", afirmou o presidente brasileiro na cerimônia de abertura da reunião de cúpula da União Africana (UA).

O Rio de Janeiro compete com Tóquio, Madri e Chicago para receber as Olimpíadas de 2016. A decisão será anunciada em outubro pelo Comitê Olímpico Internacional na Dinamarca.