quarta-feira, 1 de julho de 2009

Lula promete ajuda a países africanos em "revolução verde"



Sabri Elmehdwi/Efe
Lula discursa diante da União Africana, em Sirte, na Líbia; presidente disse que vai cooperar com África na "revolução verde"



da France Presse, em Sirte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou como convidado oficial na abertura da 13ª Cúpula da União Africana (UA), que reúne os chefes de Estado do continente em Sirte (Líbia), nesta quarta-feira (1º).

Lula disse aos países africanos ajudá-los a fazer sua "revolução verde", em função do tema oficial do encontro que é o desenvolvimento agrícola.



"Reitero o compromisso de meu governo de ajudar a África a promover sua própria 'revolução verde'. Essa revolução não se faz sem a agricultura familiar e a geração de emprego e renda no campo."

"A experiência brasileira demonstra que a produtividade da pequena agricultura e a sustentabilidade da produção de alimentos são fundamentais para erradicar a fome."

O presidente brasileiro defendeu a "revolução dos biocombustíveis" e a produção dos mesmos, a partir da cana-de-açúcar para que a África produza etanol.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, atrás dos Estados Unidos, mas é o maior exportador do planeta.

O anfitrião do evento, o presidente da Líbia, Muammar Gaddafi, afirmou que a ideia de potencializar os biocombustíveis parece "interessante, desde que isto não se faça em detrimento da comida".

O líbio aceitou, no entanto, em nome da UA, uma proposta de Lula de organizar no Brasil uma reunião com os ministros africanos da Agricultura.

Em seu discurso, Lula também defendeu o reforço da cooperação Sul-Sul "como força de ataque contra as iniquidades que persistem na ordem mundial".

"Nós temos com a África desafios de desenvolvimento similares", declarou Lula, que citou a luta contra a fome e a pobreza, assim como o fornecimento suficiente de alimentos à população.

"Várias das questões socioeconômicas que mais afligem o continente estão também sendo enfrentadas no Brasil. Combater a fome e a pobreza, garantir a segurança alimentar e lutar por igualdade social não são questões que aprendemos apenas nos livros. Tratamos desses temas com nossos irmãos africanos a partir de experiências vividas."

"A cooperação Sul-Sul, a um só tempo, é linha de defesa e força de ataque contra as assimetrias, as distorções e as iniquidades que persistem na ordem mundial", acrescentou.

Honduras e Rio 2016

Lula, por outro lado, pediu à UA que condene o golpe de Estado de domingo, em Honduras.

"Queria pedir que, em seu comunicado final, esta reunião inclua uma negativa ao golpe de Estado que acaba de ocorre em Honduras, no domingo passado, e que o presidente eleito democraticamente volte ao poder", afirmou Lula, sob aplausos.

Por fim, Lula da Silva pediu às nações africanas que apoiem a candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

"Gostaríamos de ter o apoio dos presidentes da África que têm representantes no Comitê Olímpico Internacional para que votem no Rio de Janeiro", afirmou o presidente brasileiro na cerimônia de abertura da reunião de cúpula da União Africana (UA).

O Rio de Janeiro compete com Tóquio, Madri e Chicago para receber as Olimpíadas de 2016. A decisão será anunciada em outubro pelo Comitê Olímpico Internacional na Dinamarca.

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