Milhares protestam na Síria no início de visita de monitores (Postado por Lucas Pinheiro)
Ao menos 20 mil pessoas se reuniram em Homs, na Síria, nesta terça-feira (27), no primeiro dia dos trabalhos de monitores de paz da Liga Árabe na cidade-berço de protestos no país, disseram ativistas.
Monitores árabes estão visitando Homs para determinar se a Síria está cumprindo um plano de paz que visa encerrar a violenta repressão de nove meses contra manifestantes contrários ao regime do presidente, Bashar al-Assad.
O grupo Observatório Sírio para Direitos Humanos disse que os manifestantes se reuniram em Khalidiya, uma das quatro regiões de Homs onde houve forte derramamento de sangue com o enfrentamento entre rebeldes armados e forças de segurança apoiadas por tanques.
A Liga Árabe enviou à Síria 50 observadores, de pelo menos oito países diferentes. Só nesta segunda, pelo menos 23 civis foram mortos pelas forças do governo.
Um dia antes de os observadores chegarem à cidade que é um dos principais centros do levante de nove meses, não havia nenhum sinal de que Assad estava implementando um plano acertado com a Liga para deter a repressão militar dos protestos e iniciar conversas com os adversários.
Um vídeo amador publicado por ativistas na Internet mostrou três tanques nas ruas, ao lado de apartamentos no distrito de Baba Amr. Um tanque usou sua metralhadora, enquanto outro disparou tiros de morteiro.
Imagens grotescas mostravam corpos mutilados largados em poças de sangue nas ruas estreitas. Fios elétricos estavam caídos e carros estavam queimados, como se tivessem sido atingidos por morteiros.
Com uma insurgência armada cada vez mais ofuscando os protestos civis, muitos temem que a Síria esteja à beira de uma guerra sectária da maioria sunita contra a minoria alauíta, de Assad - uma ramificação do islamismo xiita -, especialmente após um duplo ataque suicida em Damasco na quinta-feira (22), que matou 44 pessoas.
Partes de Homs são defendidas pelo grupo Exército da Síria Livre, formado por desertores das Forças Armadas, que dizem que tentam estabelecer áreas de acesso proibido, para proteger os civis.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, sediado na Grã-retanha , documentou nomes daqueles que teriam morrido em confrontos nesta segunda-feira, os quais começaram com ataques e prisões realizadas pelas forças pró-Assad, o que também teria ocorrido em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, que havia sido poupada da revolta até recentemente.
A televisão estatal síria tem regularmente mostrado algumas áreas da cidade que aparentam tranquilidade. Mas vídeo de ativistas publicado na Internet mostra outras partes parecendo uma zona de guerra, com ruas vazias, corpos e fachadas de casas destruídas.