quinta-feira, 12 de abril de 2012

Regime sírio não cumpriu acordo, e trégua é 'frágil', diz enviado da ONU (Postado por Lucas Pinheiro)

O enviado da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, disse nesta quinta-feira (12) ao Conselho de Segurança que o regime não cumpriu com todos os termos do plano de paz proposto por ele.

Annan pediu ao conselho que exija a retirada das tropas sírias e dos armamentos pesados das cidades, segundo diplomatas do conselho ouvidos pela agência Reuters.

O diplomata disse que a trégua parece estar sendo observada, mas a qualificou como "frágil", e disse que é necessário o envio rápido à região de um primeiro grupo de observadores desarmados para monitorar a implementação do cessar-fogo.

Esse grupo seria seguido de uma segunda leva, mais tarde.

"Todas as partes envolvidas têm a obrigação de aplicar integralmente o plano de seis pontos para resolver a crise no país", disse, em comunicado.

Ban Ki-moon
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a obrigação de manter o cessar-fogo era do governo.

Em entrevista em Genebra, ele afirmou que a situação na Síria parecia "mais calma" e que ele está trabalhando com o Conselho de Segurança para mandar uma equipe de observadores ao país "o mais rápido possível".

Ban advertiu que a comunidade internacional precisa ficar "unida" para impedir que a Síria entre no caos.

O secretário-geral também disse não acreditar que a militarização seja a melhor solução para o conflito político no país.

Oposição e governo relataram ao menos quatro mortes em incidentes ocorridos depois do início da trégua, no amanhecer desta quinta-feira.

A oposição afirma que a trégua é "parcial" e que há dezenas de prisões e os tanques continuam nas ruas de muitas cidades.

Os dois lados se acusam mutuamente de desrespeitar o cessar-fogo.

O governo do contestado presidente Bashar al Assad enfrenta, desde março do ano passado, uma rebelião popular. A repressão aos protestos matou mais de 10 mil pessoas, a maioria civis, segundo a oposição. O governo acusa "terroristas" de insuflarem os protestos.

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