sábado, 5 de fevereiro de 2011

Egito: Mubarak mais perto da derrota


Edição de sábado, 5 de fevereiro de 2011 
 
Barack Obama pede que presidente egípcio ouça os manifestantes. Ontem, houve um tiroteio no Cairo

Pelo menos 500 mil manifestantes tomaram ontem a Praça Tahrir, no centro do Cairo, e participaram da chamada ´Sexta-feira da Partida`. Entre preces direcionadas a Meca e gritos de ordem, a multidão não teve a chance de festejar a renúncia de Hosni Mubarak. À noite, um intenso tiroteio foi ouvido na praça, espalhando o pânico na multidão de manifestantes contrários ao governo.

No entanto, o destino do presidente que comandou o Egito durante 29 anos pode estar sendo traçado a 9.209km do Cairo, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington. Farto da violência que deixou mais de 300 mortos e cinco mil feridos, e temeroso por uma possível islamização do governo egípcio, os Estados Unidos praticamente decretaram o fim do regime. Pela primeira vez desde o início da crise, em 25 de janeiro, o presidente Barack Obama foi explícito e direto. Ele disse que Mubarak deveria ´ouvir` os manifestantes que pedem sua renúncia imediata, embora não tenha insistido numa demissão sumária. ´Ele tem que ouvir as pessoas e escolher o caminho a ser seguido, de maneira ordenada, signiticativa e séria`, declarou Obama. ´Creio que o presidente Mubarak se preocupa com seu país. Ele é orgulhoso, mas é também um patriota`, acrescentou. Mais cedo, o americano havia confirmado que os EUA já discutem a troca de comando no Egito. Uma das opções seria conceder o poder, de forma interina, ao vice-presidente Omar Suleiman.

A intervenção dos EUA põe em xeque a aliança egípcio-americana, iniciada na década de 1970. Os primeiros sinais da intrusão de Washington repercutiram no Egito. O chefe da Liga Árabe, Amr Mussa; e o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, expressaram o desejo de se candidatarem às eleições presidenciais.

"Creio que o presidente Mubarak se preocupa com seu país. Ele é orgulhoso, mas é também um patriota" Barack Obama, presidente dos EUA, pedindo que o colega egípcio possibilite uma mudança imediata de regime

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