quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Obama: ´transição no Egito deve ser agora´

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O presidente americano, Barack Obama, conversou com o colega egípcio, Hosni Mubarak, horas depois do pronunciamento deste. Obama se disse pronto para ajudar o Egito
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2/2/2011
Presidente americano afirma que o ditador egípcio concorda que a situação no país está "insustentável"
Washington. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se pronunciou, ontem, sobre a crise política no Egito. Ele afirmou que "uma transição ordenada no país deve começar agora".

Obama revelou ter conversado ao telefone com o presidente Hosni Mubarak, horas após o discurso do egípcio, e que salientou para ele a necessidade das mudanças políticas que devem ser implementadas no Egito.

"Após o discurso, falei diretamente com Mubarak. Ele reconheceu que a situação é insustentável e que uma mudança é necessária", contou. "O que é claro, e que eu indiquei para o presidente Mubarak, é que o processo de transição deve ser ordenado, em direção à democracia, e deve começar agora", acrescentou o americano. Obama também elogiou a atuação do Exército do Egito por "ter permitido que os protestos ocorressem de forma pacífica".

Ele destacou ainda a importância das eleições no país. "Somente o povo egípcio pode escolher seu novo governo, nenhum outro país pode determinar seus governantes", comentou. De acordo com o líder americano, Mubarak vai antecipar as eleições presidenciais, que seriam realizadas em setembro.

Obama ainda elogiou os manifestantes, que há oito dias tomam as ruas do país para protestar contra a ditadura. "A paixão demonstrada pelos manifestantes tem sido uma inspiração em todo mundo para aqueles que acreditam na liberdade", afirmou o presidente.

Por fim, Obama garantiu que os Estados Unidos estão "prontos para prestar qualquer ajuda necessária ao povo egípcio" no rescaldo das manifestações que reivindicam a renúncia de imediata de Mubarak.

O Egito é um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio e recebe cerca de US$ 1,3 bilhão por ano em ajuda militar e econômica. O país, que desempenha um papel importante na questão palestina, faz fronteira com a Faixa de Gaza e tem um acordo de paz com Israel.

Comércio
Segundo o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Taufic Schahin, uma ruptura radical no governo egípcio pode prejudicar os negócios do Brasil com o país.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, as exportações brasileiras para o Egito somaram US$ 1,97 bilhão (cerca de R$ 3,27 bilhões) em 2010, valor 36% maior que o de 2009. O país é o segundo maior comprador de produtos brasileiros no mundo árabe, atrás apenas da Arábia Saudita.

Schahin afirmou que alguns empresários brasileiros o procuraram nos últimos dias em busca de informações sobre efeitos econômicos da instabilidade no Egito e em outros países da região, mas que é cedo para fazer avaliações.

Ainda assim, ele diz crer que, mesmo que as manifestações causem mudanças substanciais nos governos, as relações comerciais da região com o Brasil tendem a crescer no longo prazo.

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