Obama: ´transição no Egito deve ser agora´
Washington. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se pronunciou, ontem, sobre a crise política no Egito. Ele afirmou que "uma transição ordenada no país deve começar agora".
Obama revelou ter conversado ao telefone com o presidente Hosni Mubarak, horas após o discurso do egípcio, e que salientou para ele a necessidade das mudanças políticas que devem ser implementadas no Egito.
"Após o discurso, falei diretamente com Mubarak. Ele reconheceu que a situação é insustentável e que uma mudança é necessária", contou. "O que é claro, e que eu indiquei para o presidente Mubarak, é que o processo de transição deve ser ordenado, em direção à democracia, e deve começar agora", acrescentou o americano. Obama também elogiou a atuação do Exército do Egito por "ter permitido que os protestos ocorressem de forma pacífica".
Ele destacou ainda a importância das eleições no país. "Somente o povo egípcio pode escolher seu novo governo, nenhum outro país pode determinar seus governantes", comentou. De acordo com o líder americano, Mubarak vai antecipar as eleições presidenciais, que seriam realizadas em setembro.
Obama ainda elogiou os manifestantes, que há oito dias tomam as ruas do país para protestar contra a ditadura. "A paixão demonstrada pelos manifestantes tem sido uma inspiração em todo mundo para aqueles que acreditam na liberdade", afirmou o presidente.
Por fim, Obama garantiu que os Estados Unidos estão "prontos para prestar qualquer ajuda necessária ao povo egípcio" no rescaldo das manifestações que reivindicam a renúncia de imediata de Mubarak.
O Egito é um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio e recebe cerca de US$ 1,3 bilhão por ano em ajuda militar e econômica. O país, que desempenha um papel importante na questão palestina, faz fronteira com a Faixa de Gaza e tem um acordo de paz com Israel.
Comércio
Segundo o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Taufic Schahin, uma ruptura radical no governo egípcio pode prejudicar os negócios do Brasil com o país.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, as exportações brasileiras para o Egito somaram US$ 1,97 bilhão (cerca de R$ 3,27 bilhões) em 2010, valor 36% maior que o de 2009. O país é o segundo maior comprador de produtos brasileiros no mundo árabe, atrás apenas da Arábia Saudita.
Schahin afirmou que alguns empresários brasileiros o procuraram nos últimos dias em busca de informações sobre efeitos econômicos da instabilidade no Egito e em outros países da região, mas que é cedo para fazer avaliações.
Ainda assim, ele diz crer que, mesmo que as manifestações causem mudanças substanciais nos governos, as relações comerciais da região com o Brasil tendem a crescer no longo prazo.
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