segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Oposição convoca greve geral e marcha de um milhão de pessoas no Egito

Fernando Duarte - enviado especial
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Manifestantes circulam pelas ruas do Cairo à noite, desrespeitando o toque de recolher - AP CAIRO - No sétimo dia de protestos contra o presidente egípcio, Hosni Mubarak, a oposição convocou uma greve geral em todo o país nesta segunda-feira e anunciou para terça-feira, no Cairo, mais um megaprotesto, que chamou de "marcha de um milhão de pessoas". A capital começa a voltar à normalidade após as manifestações que deixaram mais de cem mortos no país, mas escolas e lojas permanecem fechadas, turistas estão sendo resgatados em aviões enviados por governos estrangeiros e moradores estocam água e alimentos.
Pressionado pelos manifestantes, que não deixam as ruas apesar do toque de recolher, e por líderes internacionais, que cobram o fim da repressão violenta, Mubarak foi à TV no domingo para pedir ações de seu novo primeiro-ministro, Ahmad Shafiq. Mostrando que continua lutando para permanecer no poder após 30 anos de governo, o presidente disse que o premier nomeado em meio à crise fará reformas para promover a democracia e restabelecer a confiança na economia.
(Veja imagens do sexto dia de protestos)
(Veja o mapa da revolta no mundo árabe)
As mudanças partirão de um diálogo com a oposição, disse Mubarak, acrescentando que a prioridade será a redução do desemprego e a contenção da inflação para atender as demandas dos cidadãos. O presidente se reuniu no domingo com comandantes militares. Já os partidos de oposição, inclusive a Irmandade Muçulmana, criaram um comitê de 10 pessoas para analisar com o Exército o fim do regime do ditador.
A oposição mostra força, mesmo estando dividida. De um lado, está o advogado Mohamed ElBaradei, vencedor do Prêmio Nobel da Paz 2005 e ex-presidente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e que não é filiado a nenhum partido. Na outra ponta, a coalizão de legendas de oposição, que divulgou um manifesto no domingo, explicitamente excluindo ElBaradei, pois o texto ressaltava o apoio a uma transição onde nenhum indivíduo teria poderes especiais.
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