terça-feira, 31 de julho de 2012

Se eu voltar para a Síria me matam, diz refugiado há dois meses no Brasil (Postado por Lucas Pinheiro)

Desde maio refugiado no Brasil, o sírio Jihad Mohammed, de 32 anos, fugiu de seu país com a mulher e os dois filhos após sua casa e seu bairro, na cidade de Homs, terem sido atacados. Em entrevista exclusiva ao G1, ele relata os horrores que viveu até sair do país, castigado por um confronto entre rebeldes e forças do governo há mais de um ano. Ele diz que, se voltar à Síria, vai ser morto pelas forças de segurança do país.

O casal morava no bairro de Inshaat, uma área de classe média alta vizinha à região de Baba Amr, há quatro anos. A vida era tranquila antes do início do conflito, segundo seu relato.
Os protestos começaram em março de 2011. Rebeldes que querem a derrubada do regime do presidente Bashar al Assad são reprimidos violentamente pelas forças oficiais e milícias pró-Assad, e os confrontos generalizados no país já mataram mais de 19 mil pessoas desde o início da revolta, a maioria civis, segundo ativistas.

O regime diz estar combatendo "terroristas" que tentam desestabilizar o país. A comunidade internacional pressiona Assad, mas Rússia e China, aliados do governo sírio, impedem a aprovação de sanções contra o regime no âmbito do Conselho de Segurança da ONU. Uma trégua mediada pelo diplomata Kofi Annan, enviado da ONU e da Liga Árabe, fracassou, deixando o país em uma crise humanitária e à beira da guerra civil.

Após março de 2011, o Exército sírio passou a perseguir manifestantes e membros do rebelde Exército Livre Sírio na região onde Jihad vivia. "O povo foi massacrado. Quando começou [o confronto], o Exército fechou o bairro, por meses ninguém podia entrar nem sair", recorda-se ele.

Casado com a brasileira Andressa Oliveira Januária, de 26 anos, o sírio vivia em um apartamento comprado por eles no segundo andar de um prédio. Eram vizinhos da mãe de Jihad, que morava no primeiro andar. "A maioria dos estrangeiros [em Homs] morava naquele bairro. Uma família de brasileiros também vivia ali", diz.

O casal se conheceu no Brasil há sete anos, no bairro do Bom Retiro, no Centro de São Paulo, durante uma estadia do sírio no país. Eles viveram na capital paulista até 2008, quando Jihad levou a mulher para visitar sua cidade-natal. Eles decidiram mudar-se para Homs, onde viviam há quatro anos.

Ataques
Nos primeiros meses dos conflitos na Síria, Jihad se lembra de um ataque contra um edifício próximo, no seu bairro. "Houve um barulho forte e nós descemos para a casa da minha mãe. Caiu um míssil no prédio vizinho e o impacto atingiu minha casa. Saiu tudo do lugar na cozinha, caiu uma parede inteira. Passei a deixar minha mulher com minha mãe no apartamento debaixo", diz.

Com o tempo, no início de 2012, os ataques começaram a ficar intensos. A mulher, a mãe e os filhos de Jihad foram para um abrigo subterrâneo. "Em outro quarteirão de Inshaat havia duas casas subterrâneas que passaram a ser usadas pelas mulheres e crianças. Os homens ficavam de fora, nas casas", afirma Andressa. Ela se lembra de um ataque contra uma família vizinha que eles conheciam. "Fizeram uma fogueira na casa, porque acharam a foto de um filho junto com manifestantes. Picharam ofensas nos muros, mas não podíamos falar nada", diz.

Gritos
"A gente ouvia os vizinhos gritarem, pedirem ajuda. Você não consegue ficar quieto, é um sentimento muito ruim se você está sentado dentro de casa e só fecha a janela, se esconde no banheiro. Mas quando a gente tentou salvar pessoas do bairro, muitas haviam sido mortas", lamenta Jihad.

Ele se lembra que, na véspera de alguns dos ataques mais fortes do Exército a Homs, em fevereiro deste ano, a energia elétrica já havia sido cortada, a internet não funcionava e o telefone permitia ligações só durante algumas horas do dia. "As mulheres ficavam o dia todo nos abrigos, saíam à noite e voltavam para as casas, porque o bombardeio amenizava. Mas durante a manhã, por volta das 5h, elas voltavam [aos abrigos] porque cairiam mais mísseis."

Nas últimas semanas antes de vir ao Brasil, Jihad fez contato com a Embaixada. "Consegui ligar e me disseram que iriam mandar ajuda. Eles pediram para falar com Andressa, eu falei que ela estava no abrigo. Pediram o endereço e disseram que iriam falar comigo em 20 minutos para mandar um carro", afirma. Nesse momento, o telefone foi cortado. A família ficou sem contato com a Embaixada brasileira por sete dias até conseguirem sair de
Homs.

"No último dia [antes de sair], duas bombas explodiram dos lados direito e esquerdo da casa, o apartamento ficou destruído dos dois lados. Tirei minha família de lá", lembra-se Jihad. O sírio diz ter conseguido contato com o Exército Livre, que enviou dois carros para que eles tentassem sair da cidade.

"Em um carro entramos eu, minha mulher e minhas crianças, para ir a Damasco. No outro estavam meus dois irmãos e minha mãe. Nós conseguimos sair e eles foram detidos pelo Exército", diz Jihad. Os irmãos foram presos - um deles por 45 dias - e a mãe foi espancada. "Judiaram, bateram nela", diz.

Sem dinheiro
Ao chegar a Damasco, o casal procurou a Embaixada, que os deixou em um hotel. A representação diplomática ofereceu 15 dias de hospedagem antes que eles fossem mandados ao Brasil. Jihad, porém, pediu mais tempo para poder recuperar objetos, roupas e tentar libertar os irmãos.

"Eu não tinha dinheiro, não tinha nada. Eu disse a eles que havia coisas na minha casa que eu podia buscar. Eles orientaram a não levar a mulher porque seria perigoso, mas ela quis ir", relata o sírio. Eles ficaram algumas semanas na capital do país antes de decidir seguir de novo a Homs.

Foi um dos momentos mais tensos para o casal. Ao regressarem a seu antigo apartamento, acharam o prédio semi-destruído. "As coisas estavam todas destruídas, e o que sobrou havia sido roubado. Só conseguimos recuperar roupas", afirma Jihad. Uma situação curiosa é que havia água minando do edifício e caindo da laje, relembra Andressa. "Eles cortaram tudo, menos a água. Então tinha a caixa d'água cheia de tiro, destruída", diz a brasileira.

Quando os dois entraram no carro e seguiam de volta a Damasco, foram parados pelo Exército. "Eles pediram meu documento [passaporte]. Entreguei e disse que estava indo viajar, então eles pediram o da Andressa e ela não estava com ele", relembra-se Jihad.

"Eles abriram a porta dela, disseram que ela falavra quebrado [com sotaque]. Perguntaram de onde ela era e fizeram um comentário: 'O que você acha de a gente levar você presa para deixar seu marido louco?'." O casal ficou com medo, e Andressa disse que estava indo para fora do país, que eles iriam ao Brasil. Eles repetiram a frase para o marido.

"Eles me ofenderam muito, xingaram a minha mulher. Mas você não pode responder porque a arma está na mão deles, eles iriam atirar em nós. Disseram para sumirmos", diz o sírio.

Rumo ao Brasil
Já em Damasco novamente, Jihad tentava encontrar um jeito de libertar os irmãos. A mulher e os filhos foram retirados antes do país pela Embaixada brasileira. "Eles foram dois ou três dias antes de mim", afirma o sírio.

Para libertar os irmãos, que, segundo Jihad, foram transferidos várias vezes de cadeia, ele teve que pagar suborno. "Eles sofreram as piores coisas que existem, você não consegue imaginar", afirma o sírio. Um dos irmãos, Ali Kesibi, também veio ao Brasil na condição de refugiado.

Em entrevista ao G1, Kesibi, que não fala português, diz ter sido torturado na prisão. Ele afirma que em alguns momentos foi algemado a uma espécie de gancho por até seis horas, quando fios ficavam presos a seu corpo. O chão era molhado, de forma que se ele pisasse receberia choques. Era inevitável encostar no chão, já que o peso todo do corpo ficava nos braços esticados.

Outras formas de tortura incluíam espancamentos, falta de comida e celas superlotadas. "A gente teve que pagar, dar algum dinheiro" para tirar Kesibi da cadeia, afirma Jihad. Ele diz que está no Brasil endividado, vivendo de empréstimos e tentando trabalhar. "Eu era despachante [na Síria]", afirma o sírio.

As últimas notícias recebidas por Jihad de sua mãe e seu outro irmão chegaram há um mês, por telefone. Ele acredita que ambos estejam vivos, mas não tem como saber. Seus tios e primos estão tentando fugir do país. Sobre os vizinhos, ele relata que não tem mais notícias. "Alguns morreram, outros viajaram para o Líbano, para Turquia, e sei de outro que veio ao Brasil. Estão todos fugindo, porque não é brincadeira."

Bashar Al Assad faz um governo cruel e ditatorial, na opinião do sírio. "A gente tem o direito de falar isso [que não queremos Bashar], mas para ele não. Para ele, matar todo mundo não é um problema", lamenta Jihad. "Para o governo não interessa qual casa, eles vão jogar mísseis nas pessoas dentro dos bairros, para as pessoas ficarem com medo. A gente está vendo agora essa coisa das armas químicas", diz.

Jihad sonha com um país democrático, em que todos possam votar e eleger os governantes. Mas ele não acredita que isso possa ocorrer com o atual governo no poder. "As pessoas ficaram quietas por 40 anos. Se um dia ele cair [Bashar], eu quero voltar", afirma.

sábado, 28 de julho de 2012

Helicópteros militares bombardeiam segunda maior cidade da Síria (Postado por lucas Pnheir)

Helicópteros militares sírios atacaram neste sábado (28) um bairro de Aleppo sob controle dos rebeldes, enquanto unidades blindadas se posicionavam para uma ofensiva que poderá decidir o destino da segunda maior cidade da Síria, segundo o grupo oposicionista Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

A Turquia, antes aliada, mas agora crítica ferina do governo da Síria, se uniu à crescente pressão diplomática sobre o presidente sírio, Bashar al-Assad, pedindo medidas internacionais para lidar com o reforço da ação militar no país.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que reúne informações sobre o levante de 16 meses contra Assad, afirmou que helicópteros atacaram o bairro central de Salaheddine, em Aleppo, e há combates em outras partes da cidade.

"Helicópteros estão participando de confrontos na entrada do bairro de Salaheddine e bombardeando-o", disse o grupo em um comunicado por e-mail. "Há também violentos confrontos na entrada do bairro de Sakhour."

Um ativista da oposição disse ter visto tanques sírios e veículos blindados se dirigindo para Salaheddine.

'Teste crucial'
A batalha pelo controle da cidade de 2,5 milhões de habitantes é vista como um teste crucial para o governo. Diante de uma crescente insurgência, as autoridades sírias concentraram grandes recursos militares para reter o controle de seus maiores centros de poder.

Embora nenhuma das partes tenha conseguido se impor, o resultado do levante está sendo acompanhado ansiosamente na região e em todo o mundo, dando origem ao temor de que um conflito sectário possa espalhar-se por países vizinhos cuja situação também é instável.

Peritos militares acreditam que a poderosa força militar de Assad vai conseguir sobrepujar os rebeldes em Aleppo e outras grandes cidades, mas corre o risco de perder o controle do interior porque há dúvida sobre a lealdade de grande parte do Exército.

"Provavelmente as forças de Assad vão obter uma vitória tática que representará um revés para as forças da oposição e permitirá ao regime demonstrar seu domínio militar", disse o analista Ayham Kamel, do Eurasia Group. No entanto, ele acrescentou que os rebeldes estão ficando mais fortes enquanto o Exército entra em declínio.

Segundo o Observatório, neste sábado três rebeldes foram mortos em confronto em Aleppo e na sexta-feira 160 pessoas morreram no conflito em toda a Síria. Com isso, de acordo com o grupo oposicionista, o número total de mortos desde o início do levante chega a cerca de 18 mil pessoas.

Houve relatos de combates também nas cidades de Deraa, Homs e Hama. Pelo menos dez pessoas foram mortas no sábado em uma ação militar em um bairro de Damasco, segundo o Observatório.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

ONU pede proteção a civis na Síria (Postado por Lucas Pinheiro)


A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, declarou nesta sexta-feira (27) estar "profundamente alarmada" com a situação dos civis na Síria e com um possível "confronto importante e iminente" em Aleppo, a segunda maior cidade do país.

Em um comunicado publicado em Genebra, Pillay menciona informações ainda não confirmadas de atrocidades durante combates nos subúrbios de Damasco, e denunciou ao mesmo tempo a utilização crescente de armas pesadas.

"Tudo isto, com o acúmulo de força em e ao redor de Aleppo, é um mau presságio para a população desta cidade", advertiu Pillay.

A Alta Comissária da ONU denunciou mais uma vez os crimes contra a humanidade cometidos na Síria pelos dois lados.

"Apesar de tais conclusões só poderem ser obtidas por um tribunal, estou convencida, com base nas provas reunidas por diversas fontes dignas de crédito, que na Síria continuam sendo cometidos crimes contra a humanidade e crimes de guerra", afirmou.

Pillay adverte no comunicado que "aqueles que cometem não devem acreditar que escaparão da justiça. O mundo não esquece ou não perdoa tais crimes".

"Isto se aplica tanto às forças da oposição que cometem crimes como às forças governamentais e a seus aliados".

Pillay também pediu ao governo sírio e à oposição armada que respeitem as regras do direito internacional humanitário e a proteger a população civil.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Turquia fecha fronteira com a Síria, mas permitirá chegada de refugiados (Postado por Lucas Pinheiro)

A Turquia fechará nesta quarta-feira (25) todas suas passagens fronteiriças com a Síria perante a deterioração da segurança, mas a medida não terá consequência no fluxo de refugiados sírios que fogem do conflito armado em seu país.

O fechamento da fronteira, anunciado pelo ministro do Comércio e Alfândegas, Hayati Yazici, afetará as 13 passagens oficiais existentes nos 900 km da fronteira entre as duas nações, e acontece após os últimos combates entre rebeldes e soldados sírios, que acabaram destruindo vários caminhões turcos.

A decisão afetará o trânsito rotineiro, especialmente o comercial, mas não o dos refugiados sírios, que entram e saem do país através de rotas clandestinas.

Grande parte das passagens fronteiriças já está sob o domínio das forças rebeldes, do Exército Sírio Livre, composto por desertores, ou de milícias curdas.

De fato, segundo publica hoje o diário "Hürriyet", apenas três passagens seguiam abertas na prática ao trânsito comum, e outras duas, que também serão fechadas agora, só permitiam o cruzamento de pedestres.

O fechamento das passagens fronteiriças não equivale a uma proibição de viajar à Síria, já que os cidadãos e caminhões turcos poderão continuar entrando no país árabe através de terceiros países.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Número de mortos em rebelião em prisão sobe a 15 na Síria em crise (Postado por Lucas Pinheiro)

Pelo menos 15 presos morreram durante a noite na repressão de um motim na prisão central de Aleppo (norte da Síria), afirmou nesta terça-feira (24) a oposição síria. Balanço anterior falava em 8 mortos.

A revolta ocorreu enquanto prosseguem os combates entre rebeldes e trodas do governo pelo controle desta cidade, a segunda em importância do país, pelo quinto dia consecutivo.

As forças de ordem "abriram fogo e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra os presos na prisão central de Aleppo para reprimir um protesto pacífico organizado pelos prisioneiros para denunciar os abusos dos quais são vítimas", informou o Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal força de oposição ao regime do contestado presidente Bashar al Assad.

A oposição havia advertido sobre os "massacres" nesta prisão, assim como na de Homs (centro), onde o governo reprimiu um motim há três dias.

Combates
"Ocorrem combates entre os rebeldes e as tropas regulares nos bairros de Sukkari e nos subúrbios de Salahedin", indformou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma organização não governamental (ONG) com sede na Grã-Bretanha.

Um funcionário do conselho militar rebelde sírio afirmou na segunda-feira à France Presse que os insurgentes "libertaram" vários bairros de Aleppo, em particular Salahedin, e o exército continuava bombardeando estas regiões a partir do exterior.

Os bairros de Kadi Askar, Bab al-Hadid, al-Katergi e Karam al-Khabal eram alvo das metralhadoras dos helicópteros, acrescentou o OSDH, que se baseia em informações de uma rede de militantes na Síria.

Embora há três dias o exército sírio controle a maior parte de Damasco, ainda havia confrontos em dois bairros do sul da capital, Hajar el-Aswad e Qadam, em particular "nas ruas onde insurgentes ainda estão entrincheirados", segundo esta ONG.

"Desde que o exército lançou uma contraofensiva (para recuperar os bairros rebeldes), há três dias, não ocorreram ataques dos rebeldes", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH.

"Os bairros de Mazze (oeste), Barze (nordeste) e Al-Midan (sul) estão sob controle militar total do exército e ocorrem prisões diárias", disse.

Segundo Rahman, além de Hajar el-Aswad e Qadam, ocorrem confrontos em Al-Aassali e em Nahr Aiche, também no sul da capital, embora de menor intensidade.

domingo, 22 de julho de 2012

Para analistas, dias de Assad estão contados


22 de julho de 2012

O Globo

Para analistas, dias de Assad estão contados


Especialistas ouvidos pelo GLOBO consideram que o atentado que matou parte da cúpula do governo mostra que é inevitável a queda do ditador sírio Bashar al-Assad, embora ele ainda possa resistir algum tempo, a custo de mais vidas num conflito que já matou quase 20 mil. 



O futuro da Síria no pós-Assad é incerto, já que a oposição não tem uma liderança consolidada e novas tensões sectárias devem emergir. (Págs. 1 e 43)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Diplomatas brasileiros deixam Síria; embaixada segue aberta (Postado por Lucas Pinheiro)

O Brasil transferiu diplomatas de Damasco para Beirute devido à "deterioração da segurança" na Síria mas manteve o funcionamento de sua embaixada no país, informou o Itamaraty nesta sexta-feira (20).

Os quatro diplomatas, além de outros funcionários, foram levados na manhã de sexta para a capital do Líbano de onde farão o atendimento administrativo. Um funcionário de nacionalidade síria foi mantido na representação brasileira em Damasco. "A embaixada está funcionando, mas em ritmo diferente", disse o porta-voz da chancelaria, Tovar Nunes. "Nós não rompemos relaçoes com o Estado Sírio", completou.

O governo vinha estudando a possibilidade de retirar os diplomatas desde o início da semana, decisão que foi tomada por conta da escalada da violência na Síria nas últimas 48 horas, disse Tovar.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, fez consultas à Liga Àrabe antes de autorizar a transferência, acrescentou o porta-voz.

Segundo Tovar, o Itamaraty decidiu divulgar a saída dos diplomatas apenas depois de eles terem chegado a Beirute por motivos de segurança.

Para falar com o funcionário da representação de Damasco, o Itamaraty forneceu os seguintes números: (963-11) 612-4551/4552/4557.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


Rebeldes sírios tomam bases de fronteira com Iraque e Turquia

quinta-feira, 19 de julho de 2012 18:40 BRTr
[-Texto [+]
BEIRUTE, 19 Jul (Reuters) - Rebeldes sírios assumiram o controle do principal posto de fronteira com o Iraque em Abu Kamal nesta quinta-feira, disseram ativistas da oposição, no mesmo dia em que opositores do presidente da Síria, Bashar al-Assad, invadiram duas passagens fronteiriças com a Turquia.
O chefe do Observatório Sírio para Direitos Humanos, Rami Abdelrahman, disse que os rebeldes disseram-lhe que haviam enfrentado tropas do governo na manhã desta quinta-feira antes de tomarem o posto de controle na fronteira no leste do país, ao longo do rio Eufrates.
O Iraque, por sua vez, fechou o seu principal posto fronteiriço com a Síria e enviou tropas para a fronteira depois que rebeldes sírios tomaram a base de Abu Kamal, disse um prefeito local.
"O posto de Qaim, no lado oposto a Abu Kamal, está fechado e agora sob controle do Exército iraquiano", disse o prefeito de Qaim, Fahan Fitaihan. Tropas iraquianas também assumiram outra base próxima, disse.
Ele afirmou que o Exército Sírio Livre hasteou a sua bandeira no outro lado da fronteira.
Mais cedo, ativistas de oposição disseram que o posto de fronteira sírio com a cidade turca de Jarablus estava em mãos rebeldes após forças de Assad terem abandonado a cidade.
Um combatente sírio rebelde e um porta-voz da oposição também afirmaram que militantes assumiram o controle de prédios de imigração do lado sírio na froteira ao norte da Turquia, em Bab al-Hawa.
(Reportagem de Oliver Holmes e Raheem Salman)
 
 

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Ativistas sírios descrevem clima de tensão em Damasco

Atualizado em  18 de julho, 2012 - 18:14 (Brasília) 21:14 GMT
Tropas sírias combatem rebeldes em al-Midan, distrito de Damasco
Imagens da TV estatal síria mostram tropas do governo combatendo rebeldes em al-Midan
Dois ativistas opositores do regime sírio disseram à BBC Brasil que grupos de rebeldes armados já circulam ostensivamente por Damasco. Os choques cada vez mais frequentes dessas milícias com as Forças Armadas teriam criado uma situação de guerra civil na capital - que até então se mantinha relativamente isolada dos conflitos no país.
Ali, de 31 anos, é um opositor do regime do presidente Bashar al-Assad que mora em um bairro próximo ao distrito de al-Midan, em Damasco, onde haveria uma forte concentração de tropas rebeldes do Exército Livre da Síria (ELS).
Segundo ele, é possível encontrar homens do ELS fortemente armados pelas ruas do distrito. "Em cada rua há um grupo de rebeldes. Alguns chegam a ter entre 50 a 70 homens armados."
Ele afirmou que a ofensiva rebelde sobre a Damasco foi até "uma surpresa", já que a população não esperava pela chegada dos confrontos às ruas da capital.
"Na madrugada de domingo (15 de julho), eu estava passando por algumas ruas e vi vários homens armados. De início pensei que fossem da shabiha (milícia pró-governo). Mas depois vi que eram rebeldes. Foi quando tropas do governo entraram na área e os primeiros combates começaram", afirmou.
Ele também disse que tão logo a batalha inciou, correu para sua casa e levou sua irmã e os pais para um local mais seguro.
"As pessoas corriam desesperadamente para deixar o bairro. Mas logo que os combates se intensificaram e outras áreas da cidade passaram a ser campos de batalha".
Forças rebeldes, lideradas pelo ELS, fizeram uma investida que já dura quatro dias e foi apelidada de "Operação Vulcão de Damasco".
A operação deixou membros do governo sírio perplexos, segundo analistas, e levou combates a vários bairros da capital do país. Com partes do centro da cidade interditadas, milhares de moradores foram forçados a deixar a capital.
Grupos de oposição, entre eles a Irmandade Muçulmana, chamaram os confrontos em Damasco de "batalha decisiva" e convocaram uma "insurreição civil nacional" entre a população.
Em meio aos combates em Damasco, um atentado suicida nesta quarta-feira matou o ministro de Defesa, seu vice e o cunhado do presidente Bashar al-Assad.
O homem-bomba detonou os explosivos dentro do prédio sede da força de segurança nacional, deixando também um grande número de feridos.
O Conselho de Segurança da ONU deveria decidir nesta quarta-feira se impõe novas sanções ao país.
Mas o enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, pediu para que a votação fosse adiada, devido ao ataque em Damasco.

Franco-atiradores

Nizar, de 28 anos, outro ativista opositor do regime e morador de Damasco, disse que a polícia síria não permitiu que pessoas se aproximassem da área onde ficava o prédio atingido pela explosão.
"Ficamos sabendo pela emissora estatal, mas eles não deixam ninguém se aproximar. Pude ver que policiais estavam muito nervosos. Do local dava para ouvir os tiroteios entre tropas do governo e rebeldes em outras regiões da cidade".
Nizar disse que os ativistas opositores têm encontrado dificuldades para registrar em vídeo os combates, devido à sua intensificação. "É impossível colocar o pé na rua, há muitos franco-atiradores dos dois lados".
Segundo ele, rebeldes usam táticas para realizar emboscadas aos veículos militares do governo. "Eles usam armas leves. A maioria carrega rifles automáticos, alguns poucos levam morteiros e lança-foguetes para destruir tanques".
"A maioria se mostra muito motivada, gritando que vai derrubar o regime em breve. Eu espero que isso aconteça", afirmou.

Comércio fechado

Segundo Nizar, tão logo os combates se intensificaram, o comércio fechou as portas e muitas pessoas não saíram mais de suas casas.
"A vida parou aqui em Damasco. Mesmo em bairros onde não há confrontos, as pessoas têm medo de sair às ruas".
Segundo ele, sírios a favor do presidente Assad se mostram abatidos e incrédulos com a a capacidade dos rebeldes de chegar tão longe dentro da capital.
"Até então, eles só assistiam aos noticiários da tevê estatal, que falava de pequenos grupos de terroristas. Agora, viram que é um exército, e bem organizado", afirmou o opositor.
Ali descreveu seu bairro como uma "cidade deserta". Afirmou também que muitas pessoas vêm deixando a cidade, levando seus pertences.
"Pessoas fugiram em grandes grupos. Meu pais, minha tia e meu irmão sairam da cidade e foram para os arredores, na casa de um parente nosso".
No entanto, segundo Ali, algumas pessoas decidiram apenas se esconder em suas casas e evitam ir às ruas. "Jovens até se aventuram nas ruas para dar apoio moral aos rebeldes, alguns protestos antigoverno até acontecem em al-Midan porque está sob controle da oposição".
Os dois opositores dizem esperar esperar que uma batalha muito maior esteja por vir, ja que o governo vem mobilizando blindados e helicópteros.
"Esta será sim uma batalha decisiva. Espero que o exército rebelde consiga sobreviver a uma ofensiva do governo", disse Ali.
"Se o Exército Livre (da Síria) não recuar, a moral ficará mais alta. E acho que o fim de Assad estará próximo", disse Nizar.

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Atentado mata ministro da Defesa da Síria e cunhado do presidente Assad (Postado por Lucas Pinheiro)

Um atentado suicida contra o edifício da Segurança Nacional em Damasco matou o general Daoud Rajha, ministro da Defesa da Síria, e Assef Shawkat, cunhado do contestado presidente Bashar al Assad  nesta quarta-feira (18), anunciou a televisão oficial.

"O Ministro da Defesa foi morto pelo ataque suicida que atingiu o prédio da Segurança Nacional", disse a TV, que acrescentou que há vários feridos. Mais tarde, a TV confirmou informações de outras fontes de que Shawkat, que é vice-ministro da Defesa, também havia morrido.

A TV estatal também confirmou que o ministro do Interior, Mohammad Ibrahim al Shaar, ficou ferido, mas está em estado estável.

O ataque ocorreu durante uma reunião de ministros do governo Assad com autoridades de segurança do país, que enfrenta desde março de 2011 uma rebelião antigoverno que, segundo a oposição, já matou mais de 17 mil pessoas.

O ministro Rajha é o primeiro alto dirigente do regime sírio que morre dede o começo da revolta. Chefe adjunto do Exército, ele era cristão.

O edifício ultraprotegido encontra-se no bairro de Rawda, no centro da capital.

A explosão foi realizada por um camicase munido de um cinturão de explosivos e aconteceu poucas horas depois de uma votação no Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução que ameaça a Síria com novas sanções.

O suicida que detonou explosivos no prédio era um guarda-costas do "círculo íntimo" do presidente, segundo uma fonte de segurança.

Ativistas em Damasco disseram por telefone que a Guarda Republicana da Síria isolou o hospital Shami, na capital, enquanto ambulâncias levavam vítimas do local da explosão.

A Segurança Nacional é dirigida pelo general Hisham Ijtiar, que também teria ficado ferido, segundo fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters.

O general Hassan Turkmani, ex-ministro da Defesa e militar de alta patente, também teria morrido em decorrência de ferimentos, informaram a rede de TV Al-Manar, do grupo Hezzbollah, e uma fonte da área de segurança.

'Guerra aberta'
"O Estado e todas suas instituições estão sendo atacados. É uma guerra aberta contra todos os sírios", comentou um deputado, Khaled al Abbud. "Há elementos exteriores que atuam para a destruição do Estado sírio", acrescentou, acusando os Estados Unidos e seus "instrumentos" no interior do país.

Na véspera, os rebeldes sírios lançaram a chamada "batalha pela libertação" de Damasco, onde violentos combates foram travados com a entrada em ação pela primeira vez dos helicópteros do Exército, intensificando ainda mais a violência, que deixou pelo menos 86 pessoas mortas em todo o país.

Dois grupos assumem
Dois grupos assumiram a responsabilidade pelo atentado.

O Liwa al-Islam, um grupo cujo nome significa "a brigada do Islã', assumiu a autoria em sua página do Facebook, afirmando que "mirou a célula chamada de 'sala de controle da crise' na capital Damasco". Um porta-voz confirmou a informação por telefone.

O Exército Livre Sírio também se responsabilizou pelo ataque, segundo o porta-voz Qasseim Saadedine. "Esse é o vulcão de que falamos, estamos apenas começando", disse, em referência à operação de tomada de Damasco que o grupo havia prometido na véspera.

O contestado regime de Assad afirma que a rebelião na verdade é fomentada por "terroristas" que tentam desestabilizar o país. As forças armadas prometeram punir os autores do ataque desta quarta.

Diplomacia
A comunidade internacional pressiona Assad para que deixe o poder, mas Rússia e China, aliadas da Síria, barram todas as resoluções contra o regime de Damasco no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.

Em Moscou, o emissário internacional Kofi Annan, que tenta ressuscitar o seu plano de paz, afirmou que a violência na Síria chegou a um "ponto crítico", após a Cruz Vermelha Internacional ter classificado o conflito armado de "guerra civil".

A Rússia, principal aliada do regime de Assad, bloqueou todas as resoluções na ONU que condenavam a repressão. Em Nova York, as negociações sobre um novo mandato dos observadores na Síria enfrentam um impasse. Os ocidentais insistem na aprovação de uma resolução que ameace o regime com sanções, enquanto a Rússia rejeita essa possibilidade.

Segundo o chanceler russo Serguei Lavrov, que classificou os combates que acontecem neste país de decisivos, declarou nesta quarta-feira que a Rússia não permitirá que o Conselho de Segurança adote uma resolução que implique apoio da ONU a uma 'revolução' na Síria.

"Neste momento, ocorrem combates decisivos na Síria. E a adoção de uma resolução (ocidental) seria um apoio direto a um movimento revolucionário. Se é uma revolução, a ONU não tem nada a ver com isso", declarou Lavrov.

Autoridades da ONU e da Cruz Vermelha afirmam que o conflito já evoluiu para uma guerra civil generalizada e pediram a ambos os lados que poupem a população civil.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Exército volta a bombardear bairro da capital da Síria, diz oposição (Postado por Lucas Pinheiro)

O exército da Síria retomou nesta segunda-feira (16) os bombardeios ao bairro Al Tadome de Damasco, informaram militantes, apontando a ocorrência de confrontos, um dia depois do registro dos combates mais violentos na capital desde o início da revolta.

"Os bombardeios com morteiros foram retomados nas primeiras horas da manhã", indicaram os Comitês Locais de Coordenação (LCC, oposição).

Além disso, segundo os LCC, ocorrem violentos combates entre o exército regular e o Exército Sírio Livre (ESL), formado essencialmente por desertores, "nos bairros de Kafar Sousse e Khobar".

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) também informou sobre "combates ao amanhecer no bairro de Kafar Sousse entre combatentes rebeldes e soldados de um comboio que passava pela região".

Além disso, veículos blindados e de transporte de tropas tomaram posição pela primeira vez no bairro de Midane, perto do centro da capital.

Rússia
Ao mesmo tempo, no campo diplomático, a Rússia descartou pressionar pela saída do presidente sírio Bashar al Assad, que enfrenta desde março de 2011 uma crescente revolta contra seu regime.

Em Moscou, para onde o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, se dirige, o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, ressaltou que "não é realista" esperar que seu país possa convencer Assad a deixar o poder, como afirmam as potências ocidentais.

O presidente Assad "não partirá, não porque o apoiemos, mas simplesmente porque uma parte significativa da população da Síria o apoia", acrescentou.

Lavrov acusou, por sua vez, as potências ocidentais de exercerem "uma chantagem" para obrigar Moscou a aceitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o regime de Damasco, ameaçando, caso contrário, se recursar "a prolongar o mandato da missão de observadores" na Síria.

Esta declaração ocorre quando o presidente Vladimir Putin deve receber o enviado da ONU e da Liga Árabe em Moscou, encontro durante o qual a "Rússia ressaltará seu apoio ao plano de paz de Kofi Annan".

"Do ponto de vista russo, partimos do princípio de que este plano é a única plataforma viável para resolver os problemas internos da Síria", ressaltou o Kremlin.

Guerra civil
Por sua vez, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) considerou que os combates na Síria são uma situação de guerra civil e ressaltou, em uma mensagem a todas as partes, que "deve ser aplicado o direito internacional humanitário".

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Enviado da ONU condena ataque que pode ter matado 200 pessoas na Síria (Postado por Lucas Pinheiro)

O mediador internacional Kofi Annan disse nesta sexta-feira (13) que as forças sírias usaram armas pesadas contra o vilarejo de Treimsa, local de um massacre que pode ter matado 200 pessoas em uma região controlada por rebeldes antigoverno de Hama, em violação aos compromissos do plano de paz da ONU.

Em comunicado em que condena as "atrocidades", Annan, enviado da ONU e da Liga Árabe para o conflito na Síria, demonstrou indignação com os "combates intensos, número significativo de mortes, e o uso confirmado de armas pesadas como artilharia, tanques e helicópteros".


Observadores da ONU na Síria estão prontos para ir à localidade para verificar os fatos in loco "se e quando as circunstâncias permitirem", mas precisam da garantia de liberdade de movimentação para fazer o seu trabalho, disse ele.

A ofensiva, ocorrida na véspera, pode ter matado entre 150 e 200 pessoas na localidade, segundo a oposição síria.

A oposição apelou para que o Conselho de Segurança da ONU adote uma resolução vinculante contra o regime do contestado presidente Bashar al Assad por conta do incidente.

Por sua vez, a Irmandade Muçulmana da Síria acusou o emissário internacional Kofi Annan, assim como o Irã e a Rússia, dois aliados do regime de Assad, de serem os "responsáveis", devido a sua falta de ação em relação à crise política síria.

"Deter esta loucura assassina que ameaça a instituição da Síria, a paz e a segurança na região e no mundo, requer uma solução urgente e forte do Conselho de Segurança sob o capítulo VII (da Carta da ONU) que proteja o povo sírio", indica o Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal coalizão opositora.

O capítulo VII da Carta das Nações Unidas prevê medidas coercitivas no caso de uma ameaça contra a paz, que podem ir de sanções econômicas até o uso da força militar.

"Consideramos que os países membros do Conselho de Segurança têm a responsabilidade total da proteção dos sírios indefesos e do fim destes crimes odiosos", acrescenta o CNS, afirmando que o massacre é "o mais infame dos genocídios cometidos pelo regime sírio".

'Grupos terroristas'
As autoridades sírias atribuíram o massacre em Treimsa a "grupos terroristas", assim como aos "meios de comunicação sedentos de sangue", segundo a agência oficial Sana.

"Os meios de comunicação sedentos de sangue em cooperação com os grupos terroristas armados cometeram um massacre entre os habitantes da aldeia de Treimsa, na região de Hama, para tentar mobilizar a opinião pública contra a Síria e seu povo e provocar uma intervenção estrangeira na véspera da reunião do Conselho de Segurança" da ONU, afirma a Sana.

Os meios de comunicação "estavam em pé de guerra em Istambul, Paris, Londres, Bruxelas e Berlim, e em outros locais para esta campanha de incitação contra a Síria e para jogar com o sangue sírio", acrescentou a Sana.

As autoridades sírias criticam regularmente os canais via satélite árabes Al-Jazeera e Al-Arabiya, acusando-os de fazer o jogo de países do Golfo, como Qatar e Arábia Saudita, opostos ao regime.

'Cessar-fogo'
Os observadores da ONU estão dispostos a ir à localidade de Treimsa, se houver um cessar-fogo, disse o chefe da missão, o general Robert Mood.

"Se houver um verdadeiro cessar-fogo, a missão está disposta a ir lá e verificar os fatos", disse o general em um comunicado em Damasco.

"Como vocês sabem, a missão suspendeu suas operações devido ao nível inaceitável de violência no local (...) No entanto, os observadores permanecem mobilizados nas diferentes províncias, podem ir ver o que ocorre nos arredores e estão em contato com as partes", disse.