Egipto. Líderes da comunidade internacional reagem a discurso de Mubarak
Depois de um dia de rumores sobre uma demissão iminente, Mubarak não cedeu às pressões dos manifestantes - pelo 17º dia consecutivo concentrados nas ruas das grandes cidades do país para exigir a saída imediata do presidente - e voltou a repetir que levará o seu mandato a bom termo, ou seja, até Setembro, data marcada para as eleições presidenciais.
Ainda assim, Mubarak deu a entender que vai transferir algum poder para o recém-nomeado vice-presidente, Omar Suleiman, ainda que não haja pormenores para já sobre essa possibilidade.
Aqui pode ler algumas das reacções ao discurso de Hosni Mubarak, centrado na juventude e na promessa de "castigo" para os responsáveis pelos homicídios "de jovens mártires".
Barack Obama, Presidente norte-americano: "[Os egípcios] continuam a não estar convencidos de que o governo está a levar a sério uma transição genuína para a democracia. O governo egípcio deve avançar num caminho credível, concreto e inequívoco em direcção à democracia, e ainda não aproveitou essa oportunidade."
Nicolas Sarkozy, Presidente francês: "Espero, com todo o meu coração, pela democracia nascente do Egipto, que eles tomem o seu tempo para criar as estruturas e os princípios que os ajudarão a encontrar o caminho para a democracia e não para outra forma de ditadura, uma ditadura religiosa como o que aconteceu no Irão [em 1979, na Revolução Iraniana]. [Uma cedência parcial do poder era inevitável."
William Hague, ministro britânico dos Negócios Estrangeiros: "Tudo o que queremos no Reino Unido para os egípcios é que eles sejam capazes de pôr as suas diferenças de parte, de uma forma pacífica e democrática. É isso que temos pedido desde o início desta crise - uma transição urgente, mas ordeira [do poder] para um governo de base mais alargada. Não é imediatamente claro que poderes estão a ser atribuídos [a Omar Suleiman] e quais são as implicações dessa acção. A solução tem de ser tomada pelo povo egípcio."
Ehud Barak, ministro israelita da Defesa: "Está nas mãos do povo egípcio encontrar o seu caminho e fazê-lo de acordo com a sua Constituição, normas e práticas."
Guido Westerwelle, ministro alemão dos Negócios Estrangeiros: "[O discurso de Mubarak] não coincidiu com a esperança de um passo em frente."
John McCain, senador republicano dos EUA: "O anúncio do Presidente Mubarak de que se vai manter no poder é profundamente lamentável e preocupante."
Mohammed ElBaradei, líder da Oposição egípcia:"O Egipto vai explodir. O Exército tem de salvar o país neste momento."
Tags: egipto, hosni mubarak, reacções, comunidade internacional, revolução, protestos, manifestações
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