Egito: Cai cúpula de partido aliado
Filho do ditador egípcio também deixou seu posto. Vice-presidente sobrevive a atentado
No mesmo dia, Hillary Clinton, secretária de Estado norte-americana, revelou que o vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, sobreviveu a um atentado.
Hillary disse que dois guarda-costas morreram, mas essa informação não é confirmada pelas autoridades egípcias. O vice-presidente se tornou o principal porta-voz do governo na tentativa de buscar o fim do impasse e o encerramento das manifestações contrárias a Mubarak.
Da relação dos nomes que renunciaram ao cargo faz parte, inclusive, o filho do presidente, Gamal Mubarak, apontado como seu sucessor natural. O anúncio da queda da cúpula do NDP foi feito pela rede estatal de televisão.
A emissora também confirmou a nomeação de Hossam Badrawi, que mantém relações de confiança com Mubarak, como secretário-geral do partido. O enviado especial do presidente Barack Obama, Frank Wisner, confirmou que a transição deve ser comandada por Mubarak.
Ainda neste sábado, o presidente do Egito havia reunido seus principais ministros da área econômica no Cairo. Foi a primeira reunião depois da reforma ministerial da semana passada, tentativa de Mubarak para apaziguar a oposição.
A revolta popular contra Mubarak, 83 anos, há 30 no poder, é fruto de vários fatores. Em primeiro lugar, o Egito atravessa grave crise econômica. O índice de desemprego beira os 10%, mas a situação é bem mais grave entre os jovens, que comparecem em peso às manifestações.
Gasoduto explode no Sinai
Em meio a tantos conflitos, dirigentes egípcios denunciaram o ataque, na manhã de sábado, a um gasoduto que abastece Israel e Jordânia, em Sheikh Zuwayed, Norte do Sinai, a dez quilômetros da Faixa de Gaza.
A ação, interpretada como sabotagem pelo governo, vai paralisar o abastecimento de gás exportado do Egito e trará ainda mais perdas ao país.
Jornalistas são alvo de ataques
O Comitê para a Proteção de Jornalistas, em Nova York, registrou, no Egito, em apenas uma semana, 101 ataques diretos a jornalistas.
Ahmed Mohammed Mahmud, repórter egípcio do jornal ‘Al-Taawun’, morreu na sexta-feira. Ele foi baleado por franco-atiradores durante os confrontos.
Já os repórteres brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, tiveram que voltar ao País.
Eles chegaram sábado a Brasília e foram impedidos pelas autoridades egípcias de trabalhar lá, onde ficaram 18 horas detidos e tiveram os olhos vendados.
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