Ditador Hosni Mubarak renuncia ao poder no Egito
Horas antes, o porta-voz do PND (Partido Nacional Democrático), Mohammed Abdellah, confirmou que o presidente egípcio Hosni Mubarak deixou o Cairo, capital do Egito, com a família na manhã desta sexta-feira (11), com destino ao balneário Sharm el-Sheikh.
Na presidência do Egito desde 1981, Mubarak assumiu o posto após o assassinato do então presidente Anwar Sadat. Tomou posse no dia 14 de outubro daquele ano, oito dias após a morte do antecessor, de quem era vice-presidente.
Sadat o escolheu para vice devido ao destaque de Mubarak como comandante-chefe da Força Aérea. Em 1973, sua atuação na guerra de Yom Kippur com Israel levou-o a ser promovido marechal.
Desde que assumiu a presidência, Mubarak venceu três eleições como candidato único, mas o quarto pleito convocado por ele - em 2005, após um empurrão firme dos Estados Unidos - teve as regras alteradas para permitir candidaturas rivais. Ele é acusado de comandar uma campanha de supressão a grupos de oposição, entre eles, especialmente, o movimento Irmandade Muçulmana. A participação da população nas eleições de 2005 foi das menores: apenas 23% do eleitorado. Mubarak foi eleito com 88,5% dos votos.
Apesar da falta de apelo popular e de um perfil internacional, o militar musculoso criou uma reputação de estadista internacional com base na questão que resultou na morte de Sadat: a busca da paz com Israel.
Mubarak não fuma, não bebe e é conhecido por levar uma vida regrada e saudável, com uma rígida rotina diária que tem início às 6h.
Nos últimos 30 anos já sobreviveu a seis tentativas de assassinato - a mais séria, o ataque ao carro presidencial logo após a chegada de Mubarak à capital da Etiópia, Addis Abeba, em 1995, para participar de uma cúpula de países africanos.
Sob a liderança de Mubarak, o Egito vive um período de relativa estabilidade doméstica e desenvolvimento econômico, o que levou a maioria da população a aceitar sua monopolização do poder, e obteve progressos nas relações com os países árabes.
No entanto, nos últimos anos, o presidente vem sofrendo pela primeira vez pressões para que a democracia seja incentivada no Egito. As pressões vêm do próprio país e também do seu aliado mais poderoso, os Estados Unidos.
Uma das primeiras reações de Mubarak aos protestos foi nomear pela primeira vez nos últimos 30 anos um vice-presidente. No dia 29 de janeiro, cinco dias após o início das manifestações, Omar Suleiman, ex-chefe da inteligência egípcia, assumiu o cargo e passou a ser um mediador do governo com grupos da oposição.
Até o momento, não havia um sucessor óbvio de Mubarak, que já descartou concorrer às eleições em setembro desde ano, mas grupos de oposição temiam que o filho de Mubarak, o ex-investidor Gamal Mubarak, 40 anos, estivesse sendo preparado para herdar o posto, o que também foi negado por Mubarak.
A saúde de Mubarak também foi ficando debilitada com o passar do tempo e é visto por muitos como um dos motivos que o impediriam de permanecer por muito mais tempo no poder. Em 2003, ele caiu durante um discurso no Parlamento devido a uma combinação de medicamentos para gripe e jejum durante o Ramadã. No ano seguinte, passa por uma pequena cirurgia nas costas na Alemanha.
Em março de 2010, ele viajou novamente para a Alemanha, dessa vez para se submeter a uma cirurgia na vesícula. As especulações sobre o seu real estado afloram toda vez que ele não comparece a algum encontro importante ou sai de circulação por algum tempo.
Nascido em 1928 em uma pequena cidade na província de Menofiya, perto do Cairo, Mubarak é casado com Suzanne Mubarak - de ascendência britânica, formada na American University, no Cairo - e tem dois filhos, Gamal e Alaa.
(*Com informações de agências internacionais e da BBC Brasil) (c@f)
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