sexta-feira, 27 de abril de 2012

Homem-bomba mata 9 próximo a mesquita na capital da Síria (Postado por Lucas Pinheiro)

Um homem-bomba matou pelo menos 9 pessoas e feriu outras 20 nos arredores de uma mesquita em Midan, no centro de Damasco, capital da Síria, nesta sexta-feira (27), informou a televisão estatal, em mais um golpe contra um precário plano de paz que a ONU acusa o presidente Bashar al Assad de não ter honrado.

A explosão atingiu os fiéis na mesquita Zain al-Abideen, que estava sob forte esquema de segurança para as orações da sexta, por ser muitas vezes ponto de partida de protestos anti-Assad, afirmaram ativistas da oposição. A mídia estatal disse que oficiais de segurança estavam entre os feridos.

"Estávamos tentando ir rezar na região, mas eles nos pararam em um posto de controle. A segurança não estava nos deixando passar, porque normalmente há protestos lá ", um ativista anti-Assad disse à Reuters do Líbano.

"Então, ouvimos a explosão. Era tão alta e, em seguida, ambulâncias passaram correndo por nós ", acrescentou o ativista. "Eu pude ver partes de corpos e pedaços de carne na estrada. A parte dianteira de um restaurante estava destruída. As pessoas estavam gritando. "

A televisão estatal mostrou imagens de carne enegrecida e uma mão mutilada jogada em uma passagem da auto-estrada enquanto soldados e policiais tentavam abrir caminho para as equipes de resgate nas ambulâncias.

Um morador que falou com oficiais de segurança no local disse que um homem havia se aproximado de soldados perto da mesquita e detonado um cinto com bombas quando foi abordado. Não houve reivindicação imediata de responsabilidade.

Mais cedo, uma forte explosão foi ouvida no distrito al Sinaa da capital Damasco perto de uma garagem utilizada por ônibus do governo e milicianos pró-Assad encarregados de impedir manifestações.

Lojistas disseram que a primeira explosão nesse local atingiu um Mercedes, que pegou fogo, ferindo o motorista. Não há mais detalhes sobre esse ataque.

Na quinta-feira, a violência no país deixou 22 mortos, incluindo 16 civis, mortos em confrontos com as forças do regime, e seis militantes leais ao presidente  Assad, que faleceram na região de Aleppo (norte).

A ONU diz que as forças sírias mataram mais de 9.000 pessoas na revolta que já dura 13 meses contra Assad. O governo sírio afirma que insurgentes mataram mais de 2.600 soldados e policiais. A oposição fala em mais de 11 mil mortos.

domingo, 22 de abril de 2012


Cristina Kirchner recupera a YPF e a alma argentina (Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre)



Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
        O “O Globo” e o “Jornal Nacional” da TV Globo estão apopléticos e babam de raiva. A fúria retrata as suas manchetes, que, se fossem canhões, bombardeariam a Casa Rosada de onde governa a Argentina a presidenta trabalhista Cristina Kirchner, que enviou mensagem, projeto de lei ao Congresso, que trata da nacionalização, da estatização da petroleira YPF, que foi privatizada pelo governo do presidente neoliberal Carlos Menem, que deixou um país importante como a Argentina sem o comando da sua indústria de petróleo. Anos depois, em 2001, o mandatário que vendeu seu país ficou em prisão domiciliar durante cinco meses, por ter sido acusado de cometer o crime de tráfico de armas. Oficiais também foram presos.
        O nosso Menem daqui, conhecido pelo nome de Fernando Henrique Cardoso (FHC), privatizou empresas brasileiras da importância e do gigantismo da Telebras e da Vala do Rio Doce. Não satisfeito, tentou privatizar a empresa símbolo do Brasil, a Petrobras, que, para ficar mais palatável, ao gosto dos estrangeiros, houve quem sugerisse mudar o nome da petroleira para Petrobrax, com “X” mesmo, em uma insensatez e indiferença à história do povo brasileiro que se torna difícil acreditar que essa gente colonizada e marqueteira medíocre tenha um dia chegado ao poder — à Presidência da República.
        Contudo, FHC já tinha avisado de suas intenções de realizar aventuras neoliberais. Quando ele se despediu do Senado em 1994, com o propósito de desmontar a Era Vargas, afirmou: “Um pedaço do nosso passado político ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas, ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado Intervencionista”. FHC queria o quê? O País não tinha nada. Era rural. Getúlio remodelou o estado nacional e o organizou. Somente o estado teria e tem (como demonstrou na crise mundial de 2008) condições de fomentar, desenvolver e regular a economia e, por conseguinte, permitir a melhoria da qualidade de vida da população, ainda mais na época de Getúlio Vargas.


Cristina deu uma banana para os espanhóis e outra para a imprensa golpista
        O executor do neoliberalismo no Brasil, o tucano FHC, criticou o legado de Getúlio no Senado, em 1994, como se fosse uma senha. Ele sinalizou aos estadunidenses e europeus, credores históricos, que desmontaria o estado brasileiro, com as vendas das estatais e do fechamento de instituições e órgãos públicos e com isso permitir a diminuição do estado nacional. Estado menor, mais dinheiro para pagar a dívida. Estado fraco significa mais poder para a plutocracia e para o capital predatório. Atitude que os estadunidenses, por não serem entreguistas, não fariam com o estado deles.
        As mesmas estratégias neoliberais e de desmantelamento dos estados nacionais foram colocadas em prática por vários presidentes em diversos países da América Latina no decorrer das décadas de noventa e da primeira década deste século. Os países não suportaram as políticas de diminuição dos estados por meio das privatizações, e seus povos ficaram à míngua, literalmente, porque até o acesso ao emprego foi negado pelas políticas de rapinagem impostas pelos seus governantes, que se alinharam aos ditames do Consenso de Washington de 1989, que disseminou o neoliberalismo (que teve o Chile como cobaia nas décadas de 1970/1980) da primeira ministra britânica, Margaret Thatcher, e seu aliado em espoliações e guerras, o presidente estadunidense, Ronald Reagan.
        Com o fracasso retumbante do neoliberalismo e as seguidas derrotas eleitorais de políticos e partidos que professaram tal sistema econômico na América Latina, além da crise mundial iniciada em 2008, os países que caíram nessa demoníaca armadilha, como o Brasil, passaram, por intermédio de eleições de presidentes de orientação trabalhista como o Lula, a fortalecer o estado, o mercado interno e aumentar os investimentos em educação, saúde, pesquisa, moradia, infraestrutura, e, o mais importante, pagar suas dívidas externas junto ao FMI, ao Bird e com isso se livrar desses órgãos de pirataria internacional, que sempre privilegiaram os interesses dos países ricos e considerados desenvolvidos.
        Nunca mais tivemos de suportar os técnicos do FMI chegarem ao Brasil para fiscalizar nossas contas, além de darem “lições” de como deveríamos proceder. Se eles são tão bons, deveriam ter avisado aos mercados financeiro e imobiliário internacional e aos governantes dos países ricos que, logo, logo, suas economias se derreteriam por causa crise econômica e financeira de 2008. A verdade é que o FMI e o Bird, apesar de serem considerados órgãos multilaterais, não passam, concretamente, de grupos associados de banqueiros que utilizavam esses “fóruns” como tentáculos da agiotagem em âmbito planetário e de espoliação e roubalheira das riquezas dos países pobres e em desenvolvimento. Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e até mesmo a industrializada Itália que o digam.

YPF foi vendida por Menem, o FHC de lá, que aqui vendeu a Vale do Rio Doce
        Com o fim da agiotagem explícita e da pilhagem sistemática das nações consideradas de periferia, os países imperialistas e colonizadores tiveram de se reinventar, porque os fluxos de riquezas que chegavam aos seus cofres oriundos dos países pobres e principalmente em desenvolvimento como o Brasil, a Argentina, a Rússia e a China diminuíram, e muito. Uma nova ordem se estabeleceu em âmbito mundial e os países ricos e poderosos tiveram de negociar, porque surgiram novos mercados e fóruns de debate e poder como o Mercosul, os Brics, o G-20, a Unasul, além de blocos econômicos e militares africanos, asiáticos, bem como o crescimento e a força dos países árabes, especificamente do Oriente Médio, que exercitam seu poder de reivindicação, no que concerne à política de enfrentamento de Israel, estado isolado pela comunidade internacional e que depende cada vez mais dos EUA e de poucos países europeus ricos, mas ainda poderosos como a França e a Inglaterra, que enxergam o país hebraico como um enclave militar e geopolítico edificado para defender seus interesses naquela região tão conturbada.
        Esses acontecimentos e as novas realidades mundiais enfraqueceram os países pitbulls. Por isso, forças regionais e emergentes como a Argentina, que tem uma presidenta nacionalista de perfil trabalhista e compromissada com o povo reagem à exploração e à falta de responsabilidade de uma empresa como a Repsol, petroleira espanhola que diminuiu a produção na Argentina e forçou, por anos, o governo a importar grandes volumes de hidrocarbonetos, porque os empresários espanhóis e seus acionistas se recusavam a investir no país, conforme rezam os contratos. Os europeus praticamente realizavam remessas de lucros cada vez maiores, sem agregar pesquisa, tecnologia e, evidentemente, o aumento da produção de combustíveis e outros derivados do petróleo.
        O “O Globo”, o “Jornal Nacional” e os especialistas de prateleira da “Globo News” estão histéricos e inconformados. Os comentários, os editoriais e os artigos são açodados, agressivos, irônicos e até mesmo desrespeitosos em relação à corajosa presidenta trabalhista Cristina Kirchner. Daqui a pouco a Miriam Leitão, o Demétrio Magnoli, o Arnaldo Jabor, o Merval Pereira, o William Wack e os repórteres do “JN” vão invadir a capital argentina, Buenos Aires, e todas as províncias produtoras de petróleo para destituir a presidenta e os governadores e entregar a YPF, que foi alienada pelo vendilhão da pátria, Carlos Menem, aos espanhóis, que apesar de enfrentar uma forte crise econômica e um desemprego que ultrapassa a casa dos 20%, jamais as remessas de lucro milionárias chegaram à mesa do povo espanhol.
        Os proprietários do sistema midiático privado brasileiro não tem jeito. Eles são imperialistas e entreguistas, pois colonizados e com um profundo complexo de vira-lata, o que os despoja de suas responsabilidades e compromissos com o Brasil. Cristina Kirchner e sua equipe não estão nem aí para a Espanha e a União Europeia. Os europeus que se virem e tratem de regular e regulamentar suas economias e parar de viver da exploração do trabalho e da riqueza dos países que outrora foram colonizados por eles. O recado é o seguinte: vão trabalhar sem explorar países e povos. Este recado deveria ser dado pelo Brasil e seu governo trabalhista a Portugal, à Espanha e a empresários brasileiros associados a empresários desses dois países que há anos exploram a telefonia brasileira, sem, no entanto, agregar valores, como pesquisa, tecnologia e a disseminação da banda larga em todo o País.

O Petróleo é nosso! Quando a imprensa ouve tal frase, o ódio a ela invade
        Pelo contrário, ficam a explorar a telefonia brasileira, que é continental, somente em regiões lucrativas, como o sudeste, e se recusam a investir no norte e no nordeste, porque, na verdade, não cumprem contratos e não querem trabalhar, dar duro, mas, sim, usufruir das milionárias remessas de lucro, que, evidentemente, o povo português e o espanhol não se beneficiam, porque somente os ricos acionistas e o governo espanhol e português tem acesso à dinheirama (nova derrama) proporcionada pelo povo trabalhador brasileiro, que há séculos sustenta, com a cumplicidade de maus governantes como o FHC, europeus incompetentes, que na terra deles nunca criaram um sistema de telefonia imenso e complexo como o brasileiro. Somente para citar esse segmento.
        A presidenta trabalhista Dilma Rousseff deveria, sem sombra de dúvida, nacionalizar o que foi construído pelos brasileiros e vendido a preço de banana para estrangeiros espertalhões se locupletarem com o fruto do trabalho e da inteligência de gerações de trabalhadores e técnicos brasileiros. A Telebras e a Embratel deveriam ser nacionalizadas, estatizadas. A Vale do Rio Doce também. Os espanhóis que se virem para recuperar suas economias. Cristina Kirchner recuperou a alma argentina. É isso aí.

sábado, 21 de abril de 2012

Conselho de Segurança aprova envio de mais 300 observadores à Síria (Postado por Lucas Pinheiro)

O Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade neste sábado (21) uma resolução que autoriza o envio inicial de até 300 observadores militares não armados à Síria, por três meses, para monitorar um frágil cessar-fogo em um conflito de 13 meses no país.

A resolução russa-europeia disse que o envio da missão de observadores da ONU, que será chamada de UNSMIS, será "objeto de avaliação do secretário-geral (Ban Ki-moon) de desenvolvimentos relevantes no local, incluindo a cessação da violência."

A resolução do conselho também notou que o fim da violência por parte do governo e da oposição é "claramente insuficiente".

Monitores em Homs
A equipe de sete enviados da ONU que monitora a trégua proposta pelas Nações Unidas visitou neste sábado a cidade síria de Homs, e se reuniram com o governador local, informaram a agência estatal síria e um porta-voz da ONU.

Mas ativistas em Homs disseram que o bombardeio cessou apenas para fazer parecer que o governo cumpria a trégua, mediada pelo enviado internacional para a paz da ONU Kofi Annan. Segundo alguns opositores ao regime ouvidos pela agência de notícias Reuters, os bombardeios seriam retomadas assim que os monitores deixassem a cidade. "É muito claro que o governo sírio pode acabar com a violência sempre que quiser a qualquer momento no país", disse à Reuters Walid al-Fares, ativista da oposição em Homs.

Na sexta-feira, 10 pessoas foram mortas na terceira maior cidade da Síria e epicentro de uma revolta de um ano contra o presidente Bashar al-Assad, após pesado bombardeios das forças governamentais. Autoridades sírias dizem que estão lutando contra "grupos terroristas armados" e que eles ainda estão autorizados a responder a atos de agressão para manter a segurança, apesar de terem concordado com um cessar-fogo.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Bahrein tem confrontos de rua antes de treino da Fórmula 1 (Postado por Lucas Pinheiro)

Manifestantes e policiais protagonizaram confrontos durante a noite em aldeias xiitas relativamente distantes do circuito de Sakhir, onde aconteceu nesta sexta-feira (20) o primeiro treino livre para o Grande Prêmio de Fórmula 1 do Bahrein.

Dezenas de manifestantes responderam a uma convocação do movimento "Jovens de 14 de fevereiro", que prometeu um "dia de fúria", e se reuniram nas localidades xiitas ao redor de Manama.

As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar o protesto.

Alguns manifestantes lançaram coquetéis molotov contra os soldados.

O Bahrein, pequeno reino insular do Golfo Pérsico, vive uma crise política há mais de um ano, com uma violenta repressão a manifestações por democracia dentro do contexto da chamada Primavera Árabe.

Os ativistas, da maioria xiita, exigiam a queda do regime do rei Hamad bin Isa al-Khalifa e da família real sunita.

A crise política chegou a cancelar a edição de 2011 do GP, e a confirmação da edição deste ano só ocorreu na semana passada.

Em nota, as autoridades disseram que "alguns perturbadores e vândalos foram detidos por tomarem parte de comícios e reuniões ilegais, bloquearem estradas e ameaçarem a vida das pessoas ao atacá-las com bombas de gasolina, barras de ferro e pedras".

A oposição diz que 95 organizadores dos protestos foram detidos em ações policiais noturnas na última semana, e que 54 pessoas ficaram feridas nos protestos. A polícia não apresentou cifras de presos e feridos.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Exército da Síria bombardeia Homs, e combates matam mais 14 na trégua (Postado por Lucas Pinheiro)

O Exército sírio retomou nesta quarta-feira (18) seus bombardeios a bairros rebeldes de Homs, no centro do país, e matou pelo menos mais 14 civis em toda Síria, em novas violações do cessar-fogo patrocinado pela ONUx e pela Liga Árabe que teoricamente entrou em vigor no dia 12 de abril, segundo militantes.

Um civil foi morto a tiros pelas forças do regime na cidade de Kansefra, na província de Idleb (noroeste), e outro foi abatido por um franco-atirador em Deraa, berço da contestação no sul, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).


Dois civis morreram atingidos por obuses disparados pelas forças do governo no bairro de Khaldiyé, em Homs, enquanto que outros dois foram mortos a tiros em Homs e na cidade vizinha de Qousseir, acrescentou a organização em um comunicado.

Segundo os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam a mobilização no terreno, os bombardeios atingiram Khaldiyé, Bayada, Jourat al-Chayah e Al-Qarabis.

Cerca de 30% de Homs ainda foge ao controle do Exército, segundo o OSDH.

Uma menina de nove anos foi morta a tiros na região de Damasco, segundo o OSDH, e sete membros das tropas do governo perderam a vida na explosão de uma bomba na passagem de seu veículo na província de Idleb (noroeste).

Várias manifestações foram realizadas pela manhã em todo o país, principalmente em Damasco e em sua região, percorrida pelos observadores internacionais encarregados de supervisionar a aplicação do cessar-fogo previsto pelo plano do emissário internacional Kofi Annan, segundo militantes.

Oito pessoas ficaram feridas pelos disparos das forças do governo em Erbine, a 7 quilômetros da capital, de acordo com o OSDH, e em Dmeir, a 40 km de Damasco, pelo menos sete pessoas foram presas.

Vídeos divulgados na internet mostraram centenas de manifestantes exigindo a queda do regime e brandindo bandeiras "da revolução". "Juramos que não recuaremos, mesmo se o mundo inteiro estiver contra nós", gritavam os manifestantes em Ibtaa, na província de Deraa, segundo um vídeo postado por militantes.

Na terça-feira, o OSDH indicou 20 mortes, sendo 17 civis, em episódios de violência que comprometem a missão de observadores.

Monitores
Houve tiroteios nesta quarta na cidade síria de Erbin, na província de Damasco, durante visita dos monitores, afirmaram a mídia estatal síria e ativistas.

Imagens de vídeos amadores de ativistas, supostamente feitos em Erbin, na província de Damasco, mostraram dois carros brancos com sinais da ONU cercados por manifestantes anti-Assad.

O canal de televisão Ikhbariya disse que um "grupo terrorista" também tinha plantado uma bomba em um posto de controle, ferindo um membro das forças de segurança sírias.

Outro vídeo da Internet, que segundo ativistas foi filmado em Erbin, mostrou uma multidão de pessoas correndo por uma rua com o som de armas de fogo automáticas no fundo.

Há até agora apenas seis observadores da ONU na Síria, liderados pelo coronel marroquino Ahmet Himmiche. Na terça-feira eles fizeram uma viagem à a cidade de Deraa, no sul, aparentemente sem incidentes.

Nesta quarta, foram para Erbin, nos arredores de Damasco, escoltados por carros da polícia síria, e foram cercados por manifestantes que acenavam bandeiras e protestavam contra o presidente Assad.

A faixa dizia: "O açougueiro continua matando, os observadores continuam observando, e as pessoas continuam com a sua revolução. Nós nos curvamos apenas a Deus. "

Himmiche atravessou a multidão apertada vestindo uma boina azul da ONU e colete à prova de balas e entrou em seu veículo, onde falou em um alto-falante, aparentemente pedindo para a multidão se afastar e deixar os carros saírem.

A violência deixou mais de 10 mil mortos na Síria desde o início da revolta popular, no dia 15 de março de 2011, que tem sido violentamente reprimida pelo regime de Bashar al Assad, segundo o OSDH. A grande maioria das vítimas é civil.

O regime acusa "terroristas" de tentarem desestabilizar o país.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Com trégua na Síria, situação é mais calma na fronteira com a Turquia (Postado por Lucas Pinheiro)

Chegada a data limite estabelecida pela ONU para a retirada de tropas e armamento pesado em áreas mais populosas da Síria, a situação nos diversos pontos da fronteira com a Turquia parecia muito mais calma que o usual.

Há um ano a Síria vive um violento conflito entre militantes contrários ao regime do presidente Bashar al Assad e as forças do governo. A repressão aos movimentos opositores já deixou mais de 9 mil mortos, segundo a ONU, e também há relatos de abusos e torturas por parte dos grupos contrários a Assad, de acordo com um relatório da Anistia Internacional. Com toda a violência, milhares de pesoas fogem para os países vizinhos, principalmente Síria e Turquia - como mostrou a reportagem do G1 no maior campo de refugiados sírio da região.

Com a trégua, a troca de tiros entre forças de segurança e rebeldes, normalmente ouvida a partir do final da tarde, silenciou, e o fluxo de refugiados foi bem menor que nos últimos dias.

Mesmo assim, ainda há relatos de conflitos por todo o país.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, o enviado especial Kofi Annan alegou “falta de compromisso” do governo sírio com a missão de paz. E adiantou o próximo passo, que será o envio de monitores com “total liberdade de movimentação e acesso à 'população’ síria, para formular um relatório independente”, que segundo ele dará suporte para a já iniciada implementação dos seis pontos listados no plano e servirá de guia para uma nova visita.

Autoridades turcas, preocupadas com a possibilidade de uma crise humanitária na froteira gerada pelo alto fluxo de refugiados nas últimas semanas, tentam pressionar a comunidade internacional para a criação de uma zona de segurança, apoiada pela maioria dos grupos oposicionistas dentro e fora do país.

Mas a reunião do Conselho de Segurança em Geneva deixou claro que a missão de paz encabeçada por Kofi Annan ainda terá sobrevida antes de uma possível intervenção.

Violência continuada
Por meio da agência de notícias Sana, o governo sírio relatou um atentado contra ônibus que transportava 25 oficiais do exército em Alepo, e assassinatos de um secretário do partido Baath em Deraa e de um general das forças armadas no bairro de Jaramana, subúrbio de Damasco.

O grupo opositor Exército Livre da Síria (ELS) alega que passou a respeitar o cessar-fogo no dia 10, com a ressalva de que apenas tem respondido às ofensivas do regime desde terça-feira. Mas como a estrutura do ELS ainda é descentralizada, dividida por falanges que atuam sob a orientação de comandos independentes, fica muito difícil coordenar as ações de todos os grupos que formam a resistência armada.

Ativistas que permanecem no país disseram ao G1 que tanques continuam circulando pelas maiores cidades, e que nenhum dos milhares de check points foi desmontado. Segundo eles, bairros de Homs, em especial Ain Ajuz, continuam sendo bombardeados com morteiros, e subúrbios de Damasco e Hama tiveram intensos tiroteios ao longo do dia.

“Acabei de voltar da Síria”, disse Ahmad, um adolescente de 18 anos morador do campo de refugiados de Reyhanli, na província de Hatay, à reportagem. Acompanhado por militares turcos que o traziam de volta, ele contou que teve a casa foi incendiada na semana passada, porque seu pai luta pelo ELS. Em meio ao ataque ao vilarejo, ele se perdeu da mãe e da irmã, e não tem mais notícias sobre ambas desde então. “Fui procurar meu pai. Cheguei bem perto da minha vila, em Idlib, mas toda a região continua cheia de tanques. Uma família me acolheu, e eles me disseram que viram um homem cair morto logo depois do toque de recolher, mas não ouviram nada. Eles estão usando silenciadores”, disse.

Um caminhoneiro que atravessava a fronteira e parou para verificar os danos na lataria alegou ter sido alvo de tiros, junto com outros quatro caminhões quando voltavam para a Turquia vindo de Khan Shaykhun, em Idlib. “Eram militares sírios, de uniforme, que atiraram na gente sem qualquer motivo”, disse.

“Eu falei com meus amigos de Hama agora, e me disseram que o exército está escondendo tanques e armas em trincheiras. Essa é a maneira deles de respeitar o cessar-fogo. Você vai ver o que vai acontecer amanã [sexta-feira]. As pessoas vão tomar as ruas pelo país para testar o cessar-fogo e o regime vai continuar com a desculpa de grupos terroristas entre manifestantes, e vão nos massacrar mais uma vez”, falou Khaled Hussein, refugiado vindo de Halfaya, em Hama.

Apesar dos relatos, diversos moradores do pequeno vilarejo de Harrasan, por onde grande parte dos refugiados sírios atravessam a fronteira disseram ao G1 que não viram nenhuma família pedindo ajuda ou sendo resgatada pelos militares turcos na quinta-feira.

Incidente ou provocação
Na terça-feira, o campo de refugiados situado na província de Kilis foi alvejado por militares sírios. 19 pessoas foram parar no hospital estatal da cidade, sendo uma delas um policial turco apedrejado por residentes. “FIcamos revoltados porque além de abandonar o posto ele se recusou a nos ajudar a carregar os corpos” disse Tareq, ativista de Jisr Al-Shughur. Os incidentes deixaram dois mortos, e uma sensação de inconformação entre os refugiados. No dia seguinte, Kofi Annan passou pelos campos, de helicóptero.

“Fico triste vendo todo esse aparato de segurança para receber o político da ONU, sendo que nós estamos abandonados. Ele não vai nem descer do helicóptero pra circular aqui no campo e falar conosco. Queremos contar o que aconteceu, atiraram em nós enquanto estávamos dormindo, não temos segurança alguma” desabafou Lilas Al-Khatheb.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Regime sírio não cumpriu acordo, e trégua é 'frágil', diz enviado da ONU (Postado por Lucas Pinheiro)

O enviado da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, disse nesta quinta-feira (12) ao Conselho de Segurança que o regime não cumpriu com todos os termos do plano de paz proposto por ele.

Annan pediu ao conselho que exija a retirada das tropas sírias e dos armamentos pesados das cidades, segundo diplomatas do conselho ouvidos pela agência Reuters.

O diplomata disse que a trégua parece estar sendo observada, mas a qualificou como "frágil", e disse que é necessário o envio rápido à região de um primeiro grupo de observadores desarmados para monitorar a implementação do cessar-fogo.

Esse grupo seria seguido de uma segunda leva, mais tarde.

"Todas as partes envolvidas têm a obrigação de aplicar integralmente o plano de seis pontos para resolver a crise no país", disse, em comunicado.

Ban Ki-moon
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a obrigação de manter o cessar-fogo era do governo.

Em entrevista em Genebra, ele afirmou que a situação na Síria parecia "mais calma" e que ele está trabalhando com o Conselho de Segurança para mandar uma equipe de observadores ao país "o mais rápido possível".

Ban advertiu que a comunidade internacional precisa ficar "unida" para impedir que a Síria entre no caos.

O secretário-geral também disse não acreditar que a militarização seja a melhor solução para o conflito político no país.

Oposição e governo relataram ao menos quatro mortes em incidentes ocorridos depois do início da trégua, no amanhecer desta quinta-feira.

A oposição afirma que a trégua é "parcial" e que há dezenas de prisões e os tanques continuam nas ruas de muitas cidades.

Os dois lados se acusam mutuamente de desrespeitar o cessar-fogo.

O governo do contestado presidente Bashar al Assad enfrenta, desde março do ano passado, uma rebelião popular. A repressão aos protestos matou mais de 10 mil pessoas, a maioria civis, segundo a oposição. O governo acusa "terroristas" de insuflarem os protestos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Disparos atingem a fronteira entre Síria e Turquia (Postado por Lucas Pinheiro)

Disparos atingiram nesta segunda-feira (9) a região fronteiriça entre a Síria e a Turquia. Segundo a agência de notícias Associated Press, que cita ativistas, uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas. Já de acordo com a rede árabe Al-Jazeera, três pessoas ficaram feridas. É o primeiro incidente do tipo desde que Ancara abriu as portas para refugiados que fogem da escalada de violência que atinge o país vizinho há um ano. O G1 visitou o maior campo de refugiados sírios no país vizinho.

A organização Observatório Sírio para Direitos Humanos, baseada no Reino Unido, disse que o incidente começou às 4h de segunda-feira (horário local), quando opositores ao regime atacaram forças sírias na fronteira. Segundo Rami Abdul-Rahman, porta-voz do Observatório, o episódio passou para o lado turco quando oito ativistas antiregime feridos correram para um campo de refugiados, e as tropas sírias continuaram atirando. Segundo ele, soldados sírios teriam morrido no tiroteio, uma pessoa morreu no campo (na cidade de Kilis, província de Gaziantepe) quatro ficaram feridas.

O ministério turco de Relações Exteriores não confirmou a morte.

A rede de TV árabe Al-Jazeera noticia que dois refugiados sírios e um tradutor turco teriam ficado feridos, e que os disparos atingiram o campo de Kilis.

A ONU contabiliza 9 mil mortes na Síria desde o início dos protestos contra o regime do presidente  Bashar al Assad.

Mais mortes
Forças militares sírias mataram 30 pessoas nesta segunda, na maioria mulheres e crianças, ao bombardearem uma cidade na província central de Hama, disseram ativistas locais. Segundo eles, 17 crianças e oito mulheres estão entre os mortos em al-Latmana, ao noroeste da cidade de Hama. Ativistas disseram que 40 pessoas morreram em um ataque armado na mesma cidade dois dias antes.

* Com informações da AP e Reuters

domingo, 8 de abril de 2012



Missa de Páscoa na praça de São Pedro tem quase 100 mil pessoas

Em mensagem da basílica de São Pedro, Bento XVI pediu o fim das mortes na Síria

Missa de Páscoa na praça de São Pedro tem quase 100 mil pessoas  Gabriel Bouys/AFP
Bento XVI vestiu os ornamentos litúrgicos dourados, como é tradiçãoFoto: Gabriel Bouys / AFP
Quase 100 mil pessoas compareceram neste domingo à praça de São Pedro, no Vaticano, para assistir a missa de Páscoa celebrada pelo Papa Bento XVI. A missa, que começou às 10h30min (5h30min no horário de Brasília), é a principal festa do cristianismo e precedeu a bênção "urbi et orbi" (à cidade e a o mundo), durante a qual o Papa pronuncia uma mensagem de boa Páscoa em 65 idiomas.
Antes da missa na praça da basílica de São Pedro, o pontífice atravessou a multidão à frente de uma procissão de religioso. Bento XVI vestiu os ornamentos litúrgicos dourados, como é tradição.
Também neste domingo, o Vaticano anunciou que Bento XVI visitará o Líbano entre os dias 14 e 16 de setembro. A viagem terá como objetivo enviar uma mensagem de paz e unidade aos cristãos desta região do Oriente Médio.
Fim das mortes na Síria:
Durante a missa de Páscoa, o Papa também suplicou pelo fim do derramamento de sangue na Síria e defendeu o diálogo e a reconciliação neste país, afetado por uma revolta popular duramente reprimida pelo regime de Bashar al-Assad.
— Que na Síria cesse o derramamento de sangue e se inicie sem demora a via do respeito, do diálogo e da reconciliação, como também defende a comunidade internacional — clamou o Papa em mensagem pronunciada da sacada da basílica de São Pedro.
AFP



Missa de Páscoa na praça de São Pedro tem quase 100 mil pessoas

Em mensagem da basílica de São Pedro, Bento XVI pediu o fim das mortes na Síria

Missa de Páscoa na praça de São Pedro tem quase 100 mil pessoas  Gabriel Bouys/AFP
Bento XVI vestiu os ornamentos litúrgicos dourados, como é tradiçãoFoto: Gabriel Bouys / AFP
Quase 100 mil pessoas compareceram neste domingo à praça de São Pedro, no Vaticano, para assistir a missa de Páscoa celebrada pelo Papa Bento XVI. A missa, que começou às 10h30min (5h30min no horário de Brasília), é a principal festa do cristianismo e precedeu a bênção "urbi et orbi" (à cidade e a o mundo), durante a qual o Papa pronuncia uma mensagem de boa Páscoa em 65 idiomas.
Antes da missa na praça da basílica de São Pedro, o pontífice atravessou a multidão à frente de uma procissão de religioso. Bento XVI vestiu os ornamentos litúrgicos dourados, como é tradição.
Também neste domingo, o Vaticano anunciou que Bento XVI visitará o Líbano entre os dias 14 e 16 de setembro. A viagem terá como objetivo enviar uma mensagem de paz e unidade aos cristãos desta região do Oriente Médio.
Fim das mortes na Síria:
Durante a missa de Páscoa, o Papa também suplicou pelo fim do derramamento de sangue na Síria e defendeu o diálogo e a reconciliação neste país, afetado por uma revolta popular duramente reprimida pelo regime de Bashar al-Assad.
— Que na Síria cesse o derramamento de sangue e se inicie sem demora a via do respeito, do diálogo e da reconciliação, como também defende a comunidade internacional — clamou o Papa em mensagem pronunciada da sacada da basílica de São Pedro.
AFP